Transtornos urinários: a voz da mágoa e do ressentimento

Descubra como emoções reprimidas podem causar cistite e incontinência urinária e como a Leitura Corporal ajuda na cura física e emocional.
Transtornos urinários: a voz da mágoa e do ressentimento
Foto: Canva

As emoções reprimidas, muitas vezes, manifestam-se fisicamente, refletindo aquilo que deixamos de dizer ou sentir. Entre essas manifestações, a cistite e a incontinência urinária são exemplos claros de como a mágoa e o ressentimento podem se transformar em sintomas físicos, desafiando-nos a olhar mais profundamente para nossas emoções. Para a Leitura Corporal, essas condições não são apenas desconfortos físicos, mas também sinais de que algo em nós está sendo negligenciado ou suprimido.

Cistite: autocontenção e mágoa

A cistite, uma inflamação da bexiga que provoca dor e desconforto, pode também refletir questões emocionais mais profundas. Sob uma perspectiva emocional, a cistite está associada à autocontenção. Ela surge quando a pessoa, consciente de seus desejos e necessidades, opta por não manifestá-los, mantendo-se presa a uma ideia de “correto” ou ao que é socialmente aceitável.

Por exemplo, uma mulher que sonha com uma carreira criativa pode sentir que deve escolher uma profissão mais “segura” ou tradicional para agradar à família ou seguir normas sociais. Mesmo reconhecendo seus próprios desejos, ela os reprime, e essa autocontenção acaba se manifestando no corpo. A cistite, então, surge como um alerta: é preciso dar atenção a si mesma, às suas necessidades e ter a coragem de romper com padrões que impedem sua realização pessoal.

Esse sintoma, portanto, pode ser visto como um convite à libertação. Ao abandonar a autocensura, a mulher passa a agir conforme seus verdadeiros desejos, promovendo uma vida mais plena e satisfatória. A cistite, assim, deixa de ser uma prisão para se tornar uma oportunidade de autorreflexão e cura.

Incontinência urinária: perda de controle e desvalorização pessoal

Enquanto a cistite está relacionada à mágoa pessoal, a incontinência urinária reflete a mágoa em relação aos outros. Nessa condição, a pessoa perde o controle sobre a bexiga, o que, em termos emocionais, simboliza o ressentimento acumulado – mágoas de ações alheias que não foram devidamente expressas.

A incontinência pode surgir, por exemplo, quando alguém se sente desvalorizado em um relacionamento, mas evita confrontar o parceiro para evitar conflitos. Ou em um ambiente de trabalho onde não há respeito, e a pessoa engole a frustração para manter a paz. Esse acúmulo de ressentimentos se reflete no corpo, causando a perda de controle, tanto emocional quanto físico.

Nesse caso, o corpo pede reconhecimento e expressão das emoções. Ignorar ou reprimir sentimentos não resolve o problema; pelo contrário, eles se transformam em um fardo que afeta o bem-estar físico e emocional. Permitir-se sentir e expressar o que magoa é essencial para recuperar o controle sobre si mesmo e sua vida.

Infecção urinária: o que está retido dentro de você?

A infecção urinária é mais um exemplo de como o corpo se comunica através dos sintomas. Muitas vezes associada ao “engolir o choro”, essa condição surge quando emoções intensas, como mágoa ou ressentimento, são reprimidas. Segurar as lágrimas impede o corpo de liberar essas emoções, resultando em uma estagnação interna que se manifesta como inflamação.

A bexiga, responsável por reter e eliminar líquidos indesejados do corpo, simboliza nossa capacidade de filtrar e deixar ir o que não nos serve mais. Quando ocorre uma infecção urinária, o corpo sinaliza que há sentimentos retidos, mágoas não resolvidas e situações das quais ainda nos apegamos, embora já não nos façam bem.

Esse tipo de infecção costuma surgir em momentos em que evitamos mudanças necessárias, preferindo permanecer em situações que sabemos ser prejudiciais. A infecção urinária, portanto, é uma manifestação física do medo de seguir em frente e deixar o que já não nos faz bem.

Reconhecimento das emoções e cura

Para tratar essas condições, é fundamental abordar tanto o lado físico quanto o emocional. O acompanhamento médico é indispensável, mas, para uma cura completa, também é necessário olhar para dentro e enfrentar as emoções que provocam essas manifestações físicas. O autoconhecimento e a aceitação de si mesmo são passos essenciais nesse processo de cura.

Permitir-se sentir e expressar o que realmente se sente é o primeiro passo. As emoções reprimidas devem ser vistas como oportunidades de transformação, e não como algo a temer ou suprimir. Ao fazer isso, permitimos que corpo e mente se alinhem, promovendo não só o alívio dos sintomas, mas também uma verdadeira cura emocional.

Paula Duarte

Professora de Yoga e Meditação, Terapeuta e Consultora de bem-estar feminino, especializada no acompanhamento de mulheres maduras e saúde integral. Fundadora do Tao - Centro de Yoga e Bem-Estar.

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