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Pata Pata: música conquistou o mundo na voz de Miriam Makeba

Miriam Makeba, carinhosamente conhecida como Mama África, foi mais do que uma cantora: ícone cultural, ativista incansável e embaixadora da música e da cultura africana. Sua carreira, que se estendeu por décadas, foi marcada pelo talento ímpar quer seja no vocal inconfundível, como também com sua magnética presença de palco.
Dentre seus inúmeros sucessos, a canção se destaca como hino universal de alegria e simplicidade: Pata Pata.
Um fenômeno mundial
Lançada originalmente na década de 1960, sendo que sua gravação mais popular foi realizada nos Estados Unidos em 1967, Pata Pata se tornou um fenômeno mundial, transcendendo barreiras linguísticas e culturais. A música, com seu ritmo contagiante e letra simples, celebra a dança e a união, convidando todos a se soltarem e celebrarem a vida.
O título da canção se refere ao estilo de dança popular que vem dos bairros negros de Joanesburgo, na África do Sul, onde as pessoas dançavam se tocando suavemente. Significa toque-toque em xhosa. A simplicidade e a energia da canção a tornaram um sucesso instantâneo, ressoando com audiências de todas as idades e origens.
Triunfo musical contra a segregação racial
O sucesso dessa música não foi apenas um triunfo musical, mas também um momento crucial para Makeba em sua luta contra o apartheid da África do Sul. Exilada da terra natal por mais de três décadas devido à oposição contra o regime de segregação, ela usou sua plataforma global para expor as injustiças sociais e políticas de seu país.
Pata Pata, com sua mensagem vibrante de alegria e celebração, serviu como um contraponto à opressão e ao sofrimento, oferecendo vislumbre de esperança e resiliência. A canção se tornou símbolo de orgulho e identidade para muitos sul-africanos, mesmo em meio às adversidades.
O sucesso no Brasil e seu impacto cultural
No Brasil, essa canção ganhou destaque pela energia vibrante e por representar uma conexão direta as raízes africanas que permeiam a nossa cultura. A música foi regravada por artistas com Wilson Simonal, o que ajudou a popularizá-la ainda mais, tornando-a presença constante em festas, rádios e programas de televisão, especialmente nos anos 70 e 80.
Quando eu tinha cinco anos, Pata Pata me fazia dançar sem pensar, com o coração leve e os pés felizes. Mesmo sem entender a letra, sentia que ela falava com minha alma de criança, com muita alegria, imaginação e vontade de brincar com o mundo.
Vida que se despede, luta que permanece
Mama África faleceu em 10 de novembro de 2008, aos 76 anos, após sofrer um ataque cardíaco ao término de uma apresentação na Itália em apoio a causas sociais. Sua morte ocorrida no palco simboliza a intensidade com que viveu: engajada, alegre, cantando e lutando. Canções como essa e Soweto Blues não apenas encantaram o mundo, mas também serviram e servem até hoje como hinos de resistência.
Pois seu legado permanece vivo não só na música, mas na memória coletiva de todos que acreditam que a arte pode transformar pessoas, que ajudam a transformar o mundo. Miriam Makeba nos ensinou que a música pode ser uma arma poderosa contra a injustiça, e que a alegria, mesmo em tempos de trevas, é uma forma de resistência que inspira gerações.
FAQ sobre Miriam Makeba e a música Pata Pata
Quem foi Miriam Makeba?
Miriam Makeba foi uma cantora sul-africana, ativista dos direitos civis e símbolo da luta contra o apartheid. Conhecida como Mama África, ela levou a música africana ao cenário internacional e usou sua arte como forma de resistência política.
O que significa Pata Pata?
Pata Pata significa “toque-toque” na língua xhosa, falada na África do Sul.
Qual é a mensagem da canção?
A letra convida todos a se moverem assim que a música começa a tocar, refletindo, assim, o espírito vibrante da dança tradicional.
Qual artista brasileiro a regravou e ajudou a popularizá-la?
Aqui no Brasil, Wilson Simonal ajudou a popularizar a música tornando uma presença constante em festas, rádios e programas de televisão.
Como e quando Miriam Makeba faleceu?
Miriam Makeba faleceu em 09 de novembro de 2008, aos 76 anos, após sofrer um ataque cardíaco logo após uma apresentação na Itália.
Ademir Andrade
Curador musical, arte educador e misturador de sons apaixonado por música e imerso na criação de novos beats mesclando sons e ideias.
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