Estudo da Microsoft: 40 profissões que a inteligência artificial pode engolir primeiro

Descubra as 40 profissões mais impactadas pela inteligência artificial e o que isso revela sobre o futuro do trabalho humano.
Estudo da Microsoft: 40 profissões que a inteligência artificial pode engolir primeiro
Foto: Era Sideral / Direitos Reservados

A inteligência artificial já não é mais uma promessa distante: ela está no presente e tem fome. E o que ela mais consome, por enquanto, são tarefas humanas ligadas à linguagem, repetição e manipulação de dados. Um estudo publicado pela Microsoft, em parceria com universidades americanas, revelou quais profissões são mais suscetíveis à substituição ou à reconfiguração provocada pelos modelos de IA generativa. A pesquisa analisou mais de 200 mil interações com o Copilot, o assistente de IA da própria empresa, e usou como base o banco de dados O*NET, referência no mercado de trabalho dos EUA.

O resultado revela algo maior do que risco de demissão: escancara a fragilidade de um sistema que valorizou mais a produtividade do que a presença humana. Profissões que envolvem empatia, sensibilidade, corpo e cuidado ainda resistem. Já aquelas que operam por meio de palavras, cálculos e rotinas — estão na linha de frente da substituição.

A seguir, veja a lista das 40 ocupações mais impactadas pela IA segundo o estudo, em ordem alfabética, com explicações sobre o porquê de cada uma estar em risco.

Lista das 40 profissões mais impactadas pela IA e por quê

Agentes de viagens: O planejamento de viagens, antes complexo e personalizado, agora pode ser feito por plataformas baseadas em IA que montam roteiros, comparam preços, fazem reservas e oferecem suporte ao cliente com alta eficiência. Isso elimina boa parte da função tradicional dos agentes de viagens.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Agentes de vendas de publicidade: Plataformas digitais com inteligência artificial já negociam espaços, segmentam públicos e otimizam campanhas automaticamente. A função humana tende a ser substituída em tarefas operacionais, restando apenas a parte estratégica e relacional.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Analistas de gestão: Softwares com IA conseguem analisar dados corporativos, gerar relatórios de desempenho e sugerir melhorias operacionais com base em padrões, acelerando decisões e reduzindo a necessidade de analistas humanos em funções táticas.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Analistas de pesquisa de mercado: A coleta, o cruzamento e a análise de dados de comportamento do consumidor são feitos com mais agilidade e profundidade por sistemas de IA, tornando o papel tradicional dos analistas cada vez mais secundário.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Arquivistas: A digitalização de documentos e os sistemas automatizados de organização e recuperação de arquivos tornaram obsoletas as funções manuais de arquivistas em grande parte das instituições.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Assistentes estatísticos: Com a capacidade de processar grandes volumes de dados e aplicar modelos estatísticos complexos, as IAs substituem rapidamente a atuação de assistentes que antes auxiliavam analistas e pesquisadores.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Atendentes de suporte ao cliente: Chatbots com IA já resolvem a maioria das demandas comuns com linguagem natural, aprendizado contínuo e atendimento ininterrupto, reduzindo drasticamente a necessidade de operadores humanos.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Balconistas de atendimento e aluguel: Totens de autoatendimento, aplicativos móveis e plataformas digitais já substituem a interação humana em processos como locações, devoluções e registros presenciais.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Cientistas de dados: Embora ainda estratégicos, cientistas de dados estão vendo parte de seu trabalho ser absorvido por IA, que já automatiza a preparação de dados, construção de modelos e interpretação de resultados.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Cientistas políticos: A análise de dados públicos, tendências eleitorais e comportamentos sociais pode ser realizada por sistemas de IA que interpretam grandes volumes de informações com rapidez, desafiando o papel tradicional dos cientistas políticos.
Previsão: longo prazo (8 a 15 anos)

Comissários de bordo: Tarefas repetitivas como instruções de segurança e atendimento básico já podem ser parcialmente automatizadas, embora o contato humano ainda seja valorizado.
Previsão: longo prazo (8 a 15 anos)

Concierges: Assistentes virtuais personalizados com IA já oferecem recomendações, fazem reservas e se adaptam ao perfil do cliente em hotéis e estabelecimentos de alto padrão.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Consultores financeiros pessoais: Aplicativos de IA analisam hábitos financeiros e fazem recomendações de investimento com base em dados personalizados, reduzindo o papel do consultor tradicional.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Desenvolvedores web: Ferramentas como GitHub Copilot, Framer e Wix ADI já geram códigos, corrigem erros e constroem páginas inteiras com pouca intervenção humana.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Demonstradores e promotores de produtos: Avatares digitais e vitrines virtuais automatizadas já substituem promotores humanos no ambiente digital e em lojas físicas com menos interação.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Editores: Sistemas de IA já realizam revisão, edição gramatical e ajustes de estilo com alta precisão, reduzindo a necessidade de revisores humanos.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Educadores em gestão agrícola e doméstica: Conteúdos dessas áreas são facilmente convertidos em vídeos e cursos online automatizados, com ampla cobertura e custo reduzido.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Escriturários de corretagem: O registro de transações e movimentações financeiras já é digital e automatizado por sistemas de alta precisão.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Escriturários de novas contas: Abertura de contas, cadastro de clientes e processos administrativos estão sendo 100% digitalizados com suporte da IA.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Especialistas em relações públicas: Análise de reputação, monitoramento de redes sociais e resposta a crises já são parcialmente conduzidos por plataformas automatizadas.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Geógrafos: Ferramentas com IA já processam imagens de satélite, mapeiam territórios e modelam dados geográficos com mais velocidade e precisão.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Historiadores: A IA já cruza documentos digitalizados, propõe hipóteses e auxilia em sínteses históricas, exigindo revisão humana apenas em casos interpretativos.
Previsão: longo prazo (8 a 15 anos)

Intérpretes e tradutores: A tradução automática com IA neural atinge níveis de fluidez que rivalizam com tradutores humanos, inclusive em contextos técnicos e simultâneos.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Locutores e radialistas: Vozes geradas por IA já apresentam entonação natural, sendo utilizadas em locuções publicitárias, podcasts e sistemas automatizados.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Matemáticos: Algoritmos avançados conseguem resolver problemas complexos, sugerir modelos e gerar provas com rapidez, reduzindo o trabalho técnico humano.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Modelos: Avatares hiper-realistas gerados por IA já protagonizam campanhas publicitárias e desfiles virtuais, com aparência personalizável.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Operadores de telefonia: Sistemas automatizados de atendimento e redirecionamento de chamadas substituem com eficiência o trabalho dos operadores humanos.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Operadores de telecomunicações de segurança pública: A IA já atua no reconhecimento de padrões e na triagem de emergências, otimizando a comunicação entre chamados e viaturas.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Professores de biblioteconomia: O conteúdo técnico sobre catalogação e organização da informação pode ser ensinado por IA com eficácia em cursos online.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Professores de Economia: Simuladores, gráficos interativos e vídeos com IA já conseguem substituir parte significativa do ensino técnico na área econômica.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Professores universitários de negócios: A IA já entrega conteúdos introdutórios em administração com personalização por perfil do aluno, diminuindo a demanda por professores humanos.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Programadores de CNC: O controle numérico computadorizado está sendo integrado a sistemas autônomos que dispensam a programação manual humana.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Recepcionistas: Totens de autoatendimento, reconhecimento facial e assistentes virtuais já realizam funções básicas de recepção em empresas e eventos.
Previsão: curto prazo (3 a 7 anos)

Redatores e autores: Ferramentas de IA já produzem artigos, roteiros e conteúdos para redes sociais com estilo natural e coerente.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Redatores técnicos: Manuais, tutoriais e instruções já são gerados automaticamente por IA com padronização e alta legibilidade.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Revisores e editores de texto: Ferramentas como Grammarly e LanguageTool corrigem textos com base em IA, reduzindo a necessidade de revisão humana básica.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

Representantes de vendas: Chatbots, CRMs inteligentes e automações de e-mail já conduzem partes da jornada de vendas sem intervenção humana.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Repórteres e jornalistas: A IA já produz notícias automatizadas, resumos e análises com base em dados estruturados e comunicados oficiais.
Previsão: médio prazo (3 a 7 anos)

Telefonistas: Centrais de atendimento com assistentes de voz e redirecionamento automático tornaram a função quase obsoleta.
Previsão: curto prazo (1 a 3 anos)

FAQ – Perguntas Frequentes sobre IA e Empregos

A IA vai acabar com todas essas profissões?
Não necessariamente. A IA tende a transformar, automatizar ou reduzir a necessidade humana em partes dessas funções. Mas muitas ainda exigirão supervisão, criatividade ou julgamento humano.

Essas mudanças vão acontecer rápido?
Algumas já estão acontecendo, outras levarão anos. A velocidade depende do setor, da tecnologia disponível e da resistência social e regulatória.

O que diferencia as profissões mais afetadas das menos afetadas?
Em geral, as mais impactadas lidam com linguagem, informação estruturada, dados ou tarefas repetitivas. Já as menos afetadas envolvem empatia, toque, presença física ou improvisação.

Como posso me preparar para o futuro do trabalho com IA?
Desenvolva habilidades humanas insubstituíveis: pensamento crítico, criatividade, empatia, comunicação e capacidade de adaptação. E aprenda a usar a IA como ferramenta, não como ameaça.

Existe algo positivo nisso tudo?
Sim. A IA pode eliminar tarefas mecânicas e liberar tempo para trabalhos mais significativos. A questão é como as sociedades redistribuirão o valor, a renda e o sentido do trabalho.

Redação Sideral

Os artigos publicados em nome de Era Sideral são de responsabilidade dos responsáveis por este site. Entre em contato caso tenha alguma observação em relação às informações aqui contidas.

VER PERFIL

Aviso de conteúdo

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.

Deixe um comentário

Veja Também