Brasil apresenta soluções de financiamento climático em Nova York

Brasil apresenta soluções de financiamento climático em Nova York, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e mercados de carbono.
Brasil apresenta soluções de financiamento climático em Nova York
Foto: Canva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da ONU, António Guterres, conduziram em Nova York, nesta terça-feira (23/9), um diálogo sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O encontro integrou a agenda de alto nível sobre ação climática da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas e destacou o compromisso internacional com a preservação ambiental.

Além do fundo, os líderes também detalharam a proposta de uma coalizão de mercados de crédito de carbono. Dessa forma, os dois mecanismos funcionam de maneira complementar, remunerando países pela conservação das florestas tropicais e pelas iniciativas de captura de gases de efeito estufa.

Objetivos e funcionamento do fundo

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) divulgou que o TFFF tem como meta reunir um aporte inicial de 25 bilhões de dólares em investimentos públicos até a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, marcada para novembro em Belém. Com esse capital, será possível alavancar até 100 bilhões de dólares do setor privado nos próximos anos, consolidando o fundo como um modelo inovador de financiamento climático.

Segundo a ministra Marina Silva, não se trata de doação, mas de um mecanismo que aplica lógica de mercado. Para cada dólar investido por governos, espera-se mobilizar quatro dólares do setor privado. Assim, o TFFF criará um fundo permanente e sustentável, assegurando uma forma equilibrada de preservar florestas e garantir responsabilidade compartilhada.

Impactos previstos

Na prática, os recursos poderão repassar 4 bilhões de dólares por hectare preservado de floresta tropical. Ao todo, 74 países poderão ser beneficiados, desde que apresentem provas de conservação monitoradas por satélite. Além disso, 20% dos recursos devem ser destinados diretamente a povos indígenas e comunidades tradicionais, fortalecendo a justiça climática.

Lançado em 2023, durante a COP28 em Dubai, o TFFF já conta com o apoio de cinco países tropicais — Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia — além de cinco investidores em potencial: Alemanha, França, Noruega, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos.

Relação com a UNFCCC

Embora não seja formalmente um instrumento da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o TFFF contribui diretamente para a redução das emissões globais. Além disso, promove a preservação da biodiversidade e incentiva novas práticas sustentáveis, como explicou o assessor especial de Economia e Meio Ambiente do MMA, André Aquino.

Por fim, o evento em Nova York também abriu espaço para outros debates essenciais. Entre eles estão soluções de mitigação, adaptação, financiamento e integridade da informação. Esses encontros buscam acelerar compromissos concretos de ação climática. Ao final da programação, os resultados serão reunidos em um relatório, que servirá de base para as negociações na COP30.

FAQ sobre soluções de financiamento climático apresentadas pelo Brasil em Nova York

O que é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)?
O TFFF é um fundo internacional que remunera países pela conservação de florestas tropicais e pela captura de gases de efeito estufa.

Qual é o objetivo principal do TFFF?
O fundo busca reunir investimentos públicos e privados para financiar a preservação ambiental de forma sustentável e permanente.

Quais países já apoiam o TFFF?
Até o momento, Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia apoiam a iniciativa, com outros países investidores em negociação.

Como os recursos serão utilizados?
Os recursos financiarão a conservação de florestas, com repasses proporcionais às áreas preservadas e destinação obrigatória de 20% para povos indígenas e comunidades tradicionais.

Quando o TFFF será lançado oficialmente?
O lançamento está previsto para novembro, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

Rogério Victorino

Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.

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