Calçadão em SP homenageia personalidades que lutaram pela democracia

No centro de São Paulo, perto da Câmara Municipal e do Terminal Bandeira, encontra-se a Praça Memorial Vladimir Herzog. Este monumento celebra o legado do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar, e de todos aqueles que lutaram e ainda lutam pela democracia no Brasil. Recentemente, foi inaugurado o Calçadão da Resistência, uma ação do Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Memorial Vladimir Herzog.

Resistência na defesa da comunicação

O Calçadão da Resistência é composto por um conjunto de tijolos intertravados com os nomes de jornalistas e personalidades que receberam o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, criado em 1979. A instalação dos tijolos começou no dia 26 de outubro de 2025, com uma cerimônia que homenageou 51 pessoas vencedoras do prêmio na categoria especial.

Entre os homenageados, segundo a Agência Brasil, estão nomes como Tim Lopes, Sueli Carneiro, Mino Carta, Caco Barcellos, Luiz Gama, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Phillips, Rubens Paiva, Ziraldo e os trabalhadores da EBC, que receberam o Prêmio Especial Vladimir Herzog em 2022 pela resistência na defesa da comunicação pública no Brasil.

Memória histórica

O Prêmio Vladimir Herzog é uma das iniciativas mais significativas para preservar a memória de jornalistas que denunciaram violação de direitos humanos ou agressões à sociedade. Ivo Herzog, filho de Vladimir e presidente do Instituto Vladimir Herzog, ressaltou que o prêmio, já concedido a mais de 1500 jornalistas, mantém viva a memória de seu pai e de todos os lutadores pela democracia.

Sérgio Gomes, diretor da Oboré Projetos Especiais, também destacou a relevância desse monumento. Para ele, o Calçadão representa o melhor do jornalismo, com tijolos que marcam o legado de quem lutou pela liberdade de expressão.

Primeiro tijolo

O primeiro tijolo instalado traz o nome de Mouzar Benedito, vencedor da primeira edição do prêmio. Em seu discurso, Benedito relembrou os tempos de resistência durante a ditadura militar, quando usava o pseudônimo de Rezende Valadares Netto. Ele ressaltou o papel fundamental da imprensa na democracia, embora tenha expressado um certo pessimismo quanto ao futuro político do país.

Apesar das dificuldades, Mouzar Benedito enfatizou a importância de continuar a luta pela liberdade de expressão e pela democracia, por isso, reconhecendo que o papel dos jornalistas é crucial para garantir os direitos e a justiça social.

O poder da imprensa na democracia

A Praça Memorial Vladimir Herzog foi inaugurada em 2013 para relembrar o assassinato de Vladimir Herzog, ocorrido em 1975 durante a ditadura militar. Ivo Herzog, em entrevista, destacou o papel vital da imprensa no fortalecimento da democracia. Para ele, a imprensa é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, pois fiscaliza os outros poderes e informa a sociedade sobre as ações do governo.

Sérgio Gomes também reforçou a ideia de que sem o jornalismo, não existiria uma democracia sólida. A informação clara e imparcial é essencial para que as pessoas possam tomar decisões informadas e agir pelo bem coletivo.

FAQ sobre o Calçadão da Resistência e a luta pela democracia

O que é o Calçadão da Resistência?
O Calçadão da Resistência é uma obra no centro de São Paulo, composta por tijolos com os nomes de personalidades premiadas pelo Prêmio Vladimir Herzog, homenageando, assim, aqueles que lutaram pela democracia no Brasil.

Quem são os principais homenageados no Calçadão da Resistência?
Entre os homenageados estão jornalistas como Tim Lopes, Mino Carta e Caco Barcellos, além de figuras como Dom Paulo Evaristo Arns e trabalhadores da EBC.

Como foi a cerimônia de inauguração do Calçadão da Resistência?
A cerimônia ocorreu no dia 26/10 e marcou o início da instalação dos tijolos. Durante o evento, foram homenageadas 51 pessoas, portanto, incluindo jornalistas e ativistas pela democracia.

Qual a importância do Prêmio Vladimir Herzog?
O Prêmio Vladimir Herzog reconhece o trabalho de jornalistas que denunciam violações de direitos humanos. Pois criado em 1979, ele preserva a memória de quem resistiu à ditadura militar e continua sendo um símbolo de luta pela democracia.

O que Mouzar Benedito falou sobre o jornalismo e a democracia?
Mouzar Benedito, vencedor do prêmio, destacou a importância do jornalismo na democracia e a necessidade de continuar a resistência, mesmo diante dos desafios políticos atuais.