Marcha das mulheres negras volta a Brasília para exigir reparação e bem viver

Marcha das Mulheres Negras volta a Brasília para exigir políticas de reparação e bem viver, dez anos após o ato histórico de 2015.
Marcha das mulheres negras volta a Brasília para exigir reparação e bem viver
Foto: Agência Brasil / Fernando Frazão

O movimento das mulheres negras recoloca a pauta da reparação e do bem viver no centro do debate nacional ao anunciar a Marcha das Mulheres Negras, marcada para 25 de novembro, em Brasília. A mobilização busca afirmar que um novo projeto de sociedade só será possível quando meninas e mulheres negras tiverem vida digna, acesso pleno a direitos e liberdade diante das opressões que estruturam o país.

A marcha de 2025 propõe retomar a força simbólica da caminhada de 2015, quando 100 mil mulheres se reuniram na capital federal em um marco político contra o racismo e o sexismo. Agora, dez anos depois, a organização projeta receber até 1 milhão de participantes do Brasil e da América Latina, reforçando que as desigualdades se aprofundaram e exigem respostas urgentes.

Reparação e bem viver como eixo central

A marcha define reparação e bem viver como fundamentos de uma sociedade que priorize a coletividade. De acordo com o Comitê Impulsor Nacional, bem viver significa garantir educação, cultura, moradia, saúde, segurança, democracia e justiça climática para toda a população. Esses princípios também incluem cuidado, compromisso social e reconhecimento da dignidade humana.

Como legado da edição anterior, o movimento destaca o fortalecimento do debate sobre democracia participativa, o enfrentamento a discursos antidemocráticos, a ampliação da presença de mulheres negras em espaços globais de incidência política e a expansão do próprio movimento no país.

A organização divulgou o percurso oficial da marcha, que partirá do Museu Nacional rumo ao Congresso Nacional, com concentração às 8h30. A coordenação orienta que as participantes cheguem preparadas, mantenham hidratação adequada e participem das atividades das delegações.

Programação ampliada

A agenda prevê uma série de ações entre 18 e 25 de novembro, todas em Brasília. A programação inclui rodas de conversa, intervenções urbanas, oficinas, atividades culturais e a celebração do Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Além disso, ocorrerá o Encontro Transnacional de 21 a 24 de novembro, reunindo lideranças políticas, artistas, intelectuais e ativistas negras das Américas, Europa e África. No mesmo período, está previsto um encontro nacional de Casas BallRooms, inspirado na cultura negra LGBTQIA+.

FAQ sobre a marcha das mulheres negras

O que motivou o retorno da marcha em 2025?
A marcha volta porque as desigualdades que atingem meninas e mulheres negras continuam profundas, exigindo respostas políticas e estruturais imediatas.

Por que a marcha fala em reparação e bem viver?
A marcha usa esses conceitos para defender políticas públicas que assegurem dignidade, direitos, justiça climática e participação real das mulheres negras na vida social.

Quantas pessoas devem participar da mobilização?
A organização estima a presença de até 1 milhão de mulheres brasileiras e latino-americanas, ampliando significativamente o número de 2015.

Qual será o trajeto da caminhada em Brasília?
O percurso sairá do Museu Nacional em direção ao Congresso Nacional, com concentração marcada para as 8h30.

O que acontece na programação pré-marcha?
A semana anterior reúne rodas de conversa, oficinas, ações culturais, debates internacionais e atividades ligadas ao Dia da Consciência Negra.

Rogério Victorino

Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.

VER PERFIL

Aviso de conteúdo

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.

Deixe um comentário

Veja Também