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A felicidade: uma crônica em prosa poética nascida dentro de um ônibus
Ontem pela manhã, peguei o ônibus 100 para ir até o centro da cidade. No banco da frente, duas jovens, com não mais de 20 anos, conversavam animadamente. Sem a intenção de ser intruso — ou talvez o termo correto seja bisbilhoteiro —, acabei acompanhando a conversa.
Os nomes das jovens eram Ariéthy e Rachel. Quando descemos, me apresentei com um sorriso e fui direto ao ponto:
— Não sou um predador, sou apenas um escritor.
Dei meu nome, falei das redes sociais das quais faço parte e expliquei que tinha ouvido a conversa delas. Contei que gostaria de escrever um texto sobre o assunto felicidade. Em seguida, convidei as duas para um café no Café Carioca, acompanhado de pastéis de queijo. Conversamos mais um pouco e, ao nos despedirmos, deixei meu telefone, pedindo que uma delas me ligasse no dia seguinte. Eu queria compartilhar o que tinha escrito.
A felicidade
Uma tarde qualquer, debaixo da coberta, filme na tela, sorvete de chocolate ou de ameixa. O mar se estende, o vento toca a pele, o céu é vasto e as estrelas parecem ao alcance. Uma foto captura um instante, um pássaro atravessa o horizonte, um dia de sol, o cheiro fresco da chuva.
Um abraço apertado, uma tarde no shopping, risadas com os amigos, a aula que termina mais cedo. Vinicius e Toquinho tocam na trilha sonora. O inverno chega com seu aconchego, folhas de outono caem silenciosas. Rever velhos amigos, beijar sua namorada, brigar de leve com sua mãe, cair desajeitadamente da bicicleta.
Praticar esportes, encontrar paz na igreja, sair para dançar — quem sabe um forró? Por que não? A rotina muda. Sentir saudades, caminhar com os cachorros, pular de uma ponte em busca de adrenalina. Fazer promessas, cortar o cabelo quase careca, cheirar uma flor, sentir o doce do chocolate seguido pela inevitável dor de barriga.
Aceitar o amor, entender um sorriso, saber perdoar. Amar. Sentir a necessidade de ter alguém ao lado, mas, acima de tudo, valorizar quem está presente. Poucos amam de verdade. Sentir a consciência tranquila, carregar um desamor leve e aprender a ser feliz sem depender de ninguém. Há felicidade nas pequenas coisas, na simplicidade dos dias.
São as vírgulas da vida — os tropeços, os erros. É a realização de um sonho, o sentimento divino de ganhar um sobrinho ou afilhado, as brigas carinhosas com as irmãs, os conselhos sábios dos avós, o sorriso puro de uma criança.
A simplicidade. Amar a simplicidade é ser feliz. É perceber que não é preciso muito, nem muitos, para desfrutar dessa sabedoria. Porque a felicidade está em você, não no que você idealiza.
Seja feliz.
Rubens Muniz Junior
Rubens de Azevedo Muniz Junior, economista, administrador de empresa, trader aposentado, 82 anos de idade, nascido em Pirajuí, é poeta, cronista, contista, romancista e amante de boa leitura. Viajou e residiu, a trabalho, fora do Brasil.
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