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Caminhos na areia, estrelas no céu: uma crônica que traz memórias de um amor eterno
Hoje, o sol parecia mais quente, como se quisesse tocar o coração com suas mãos ardentes. O calor trouxe lembranças, aquelas que o tempo nunca apaga e que o coração insiste em guardar. Hoje seria o dia em que ela, minha Amélia, completaria mais um ano de vida. Mas, há oito anos, ela partiu, e a saudade se tornou minha eterna companheira.
Fecho os olhos e vejo seu sorriso. Era um riso cristalino, como o som das ondas que beijam a areia nas praias de Santos, onde caminhávamos de mãos dadas. Lembro-me de seus pés descalços, leves, quase dançantes, enquanto deixávamos nossas pegadas lado a lado, um rastro efêmero que o mar apagava, mas que a memória eternizou.
Amélia amava as rosas, e suas mãos delicadas pareciam talhadas para cuidar delas. Eu dizia que suas mãos eram feitas de pétalas, tão macias que o próprio vento tinha medo de tocá-las. E ela ria. Ah, que som era aquele! Um riso que ainda ecoa quando o silêncio da casa insiste em ser ensurdecedor.
O tempo passou, mas nunca levou sua presença. Ela está nos pequenos detalhes: no perfume das flores, no calor da areia, no brilho de uma estrela que surge todas as noites no céu. Sempre penso que aquela estrela é ela, me guiando, me iluminando nos momentos de escuridão.
O que dói mais não é a ausência, mas a presença que ainda vive em cada canto da minha alma. A saudade não é apenas tristeza; é também amor que transborda, memórias que aquecem e uma esperança silenciosa de que, um dia, nossos passos se cruzarão novamente, em um lugar onde o mar não apaga pegadas e o tempo não separa os corações.
Hoje, olho para o céu e converso com aquela estrela. Conto-lhe dos meus dias, das alegrias e tristezas, do vazio que ela deixou e da luz que ainda me dá. Porque, mesmo na distância, Amélia continua sendo meu norte, minha flor, meu amor eterno.
E assim sigo, caminhando pela vida com as marcas que deixamos juntos, imaginando que, um dia, voltaremos a caminhar lado a lado, pés descalços, na areia morna de uma praia que nenhum oceano pode apagar.
Rubens Muniz Junior
Rubens de Azevedo Muniz Junior, economista, administrador de empresa, trader aposentado, 82 anos de idade, nascido em Pirajuí, é poeta, cronista, contista, romancista e amante de boa leitura. Viajou e residiu, a trabalho, fora do Brasil.
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