Nunca fez mal a ninguém: uma crônica sobre bom senso e equilíbrio

Equilíbrio e bom senso não fazem mal a ninguém desde sempre. Essa crônica fala como eles podem trabalhar juntos nas mazelas do dia a dia.
Nunca fez mal a ninguém: uma crônica sobre bom senso e equilíbrio
Foto: Canva

Equilíbrio e bom senso nunca fizeram mal a ninguém, concordam?

Claro, nesse mundo exaustivamente radicalizado, essas duas poderosas ferramentas de sobrevivência viraram artigos de luxo. Muita gente fala que deseja ter, mas nem todos têm condição de adquirir.
E quem diz que tem, muitas vezes, está usando genéricos por aí…

Particularmente, não sigo uma religião e não tenho apego a este ou aquele dogma defendido pelo mundo religioso do homem. O ser que faz a interlocução com os deuses há séculos. O intermediador das crenças.
A busca pelo eq uilíbrio, curiosamente, surgiu ao me aprofundar na breve existência de Bruce Lee, indo além dos seus filmes. O cara estudou filosofia e parecia ter uma ideia interessante sobre a postura de um lutador em combate.

Seja água

“Be water, my friend” (ou seja água, meu amigo) surgiu como resposta de Lee à rigidez das artes marciais milenares presas aos katas e movimentos repetidos à exaustão. O seu Jeet Kune Do previa adaptação e flexibilidade na hora da luta para superar esse gesso marcial.

Bruce, porém, expandiu sua filosofia de adaptabilidade e flexibilidade para a vida, recursos que colocaram muita gente à prova, por exemplo, durante e após a pandemia de Covid.

No topo desse conceito prevalece, entretanto, o equilíbrio nas ações e no pensar. Vejam que curioso. Se o lutador se fixar no conceito em si, deixa de praticar a flexibilidade, percebem? É quase a metamorfose ambulante do Raul. Ou o dito “pedra que muito rola não cria limo”.

A sutileza da prática do Jeet Kune Do transcende a luta, portanto. Ela nos ensina a não cristalizar valores, a não nos apegarmos a eles e defendê-los como se fossem tesouros inestimáveis.
Sim, é importante termos nossos próprios valores e – mais importante do que defendê-los – praticá-los. Mas sempre com a porta aberta para adaptações. Para o “What If…” da Marvel: e se a Terra não for plana?

Exemplo prático

É no momento dessa e de outras perguntas pivotais (normalmente feitas para nós mesmos) que deveria entrar o tal do bom senso. Para permitir um auto-questionamento, uma revisão de valores. Ou uma adaptação. Ou uma flexibilização.

Se você é um daqueles que têm certeza de tudo, que têm resposta para tudo e pouca escuta para o mundo que o cerca, meu texto não fará sentido algum. Mas há sempre esperança.

Vou compartilhar um exemplo prático de bom senso e equilíbrio.

Pediatra bacana

Nos meus primeiros meses como pai, tive a sorte de sermos acompanhados por uma pediatra muito bacana: Raquel. E, marinheiros de primeira viagem, sofríamos ao ver nossa filha se contorcendo em cólicas. Como médica, Raquel disse que era assim mesmo, que a criança sugava ar ao mamar, que aquilo gerava cólicas e que sempre tinha um Luftal para tentar aliviar as dores.

E como mãe, Raquel sugeriu um chá de camomila e até mesmo um pano aquecido no ferro de passar roupa para dar mais conforto à criança.

Equilíbrio e bom senso pelo preço de uma única consulta. Nunca fez mal a ninguém.

Rogério Victorino

Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.

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