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Então, é Dia dos Pais: uma crônica sobre prós, contras e muito pelo contrário
Se você acha que Dia dos Pais só serve ao comércio, que surgiu para rivalizar com o Dia das Mães ou coisa do tipo, ouça meus prós e contras para a data. E, claro, tire suas próprias conclusões.
Pessoalmente, perdi muito do interesse pelo Dia dos Pais, celebrado hoje no Brasil, também conhecido como o segundo domingo do mês de agosto. A razão é simples. Meu velho não está mais por aqui e, curiosamente, partiu dois dias depois de um Dia dos Pais lá em 2009.
Não menos curiosamente, ele e eu tivemos a melhor conversa das nossas vidas na véspera da celebração naquele ano. Um papo bacana, sem freios e recheado de entendimento. Só falamos e ouvimos um ao outro. Coisa um tanto difícil historicamente falando em nosso relacionamento. Mas que bom que tive essa chance.
Minha cisma com o chamado “mês de cachorro louco” (essa me parece ser uma denominação mais familiar!) só foi curada gradualmente após 2016, ano em que meu neto mais velho nasceu. Pasmem, no dia 13 do mês.
Mês de cachorro louco
Se era para qualquer superstição ou preconceito resistirem, seria a partir disso. Ao contrário, agosto foi ficando cada vez mais lindo à medida que meu neto vem crescendo. Amor de avô é um troço poderoso e tem efeito modificador. Para mim, pelo menos…
Obviamente que a conotação comercial do Dia dos Pais paira sobre nós. Justificada ou injustificadamente. E como não tenho mais a quem presentear, me coloco à disposição dos meus filhos. Mas o consumismo e os protocolos sociais são um saco, me desculpem!
Eventualmente, promovo um almoço caprichado feito por mim mesmo e segue o jogo.
O pior é que alguém deve se perguntar a razão de eu estar escrevendo uma crônica de Dia dos Pais já que não curto tanto a data. Explico.
Não Importa
Este texto tomou forma na minha mente após minha terapia (claro!) e após assistir ao videocast Não Importa, criação do Porta dos Fundos apresentada pelo Gregorio Duvivier e pelo João Vicente de Castro. Aliás fica a dica: trata-se de um podcast sobre tudo que realmente não importa para a trend. Lembrou (pelo menos para mim) a sitcom Seinfeld, que ficou famosa discorrendo sobre o nada.
O lance deles é ficar uma hora ao vivo (depois disponibilizar a gravação) falando sobre o que vier à telha. Eles têm lá um esboço de roteiro mas, via de regra, falam sem pauta prévia. Sem censura também, com muito humor e inteligência. Acho (ACHO!) que não é para qualquer pessoa. Eu gosto. Mas assistam. Se gostarem, me avisem.
Pois no videocast desta semana tocaram no assunto Dia dos Pais, falaram de presentes, relembraram seus pais e assim foi. E o tema ficou batendo na cachola.
Uma parte minha está em paz com o tema. A parte do filho. Bendita terapia! Aliás, outra dica para todos! Façam terapia. É jogo de ganha-ganha.
Experiência riquíssima
Já a parte do pai ainda está em trabalhos. Os netos são novidade razoavelmente recente, pelo menos para quem viveu quase seis décadas. E oferecem uma experiência riquíssima! Também recomendo.
E os filhos estão por aqui, amando, brigando, pedindo colo, dando colo… Essa experiência ainda está longe do desfecho. Espero!
No final das contas, a impressão que tenho é que a data só cumpre um papel de gatilho para nós. Sabe, um reminder de que a gente é pai, filho ou os dois. É chavão dizer que todos os outros 364 dias do ano também são dias dos pais. Ou das mães, ou das crianças… Mas é uma baita verdade.
Por isso, antes de gastar aquela nota comprando presente para o seu pai, que tal, por exemplo, ter a melhor conversa das vidas de vocês?
Estou cheio de dicas hoje…
Rogério Victorino
Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.
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