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Sonhei com Pedro Pascal: uma crônica da Sétima Arte em REM e estranha por natureza
Sim, sonhei com Pedro Pascal. E isso muda alguma coisa na sua vida? Vai fazer o tarifaço sumir?
Não, infelizmente, nada na sua vida sofrerá alteração alguma graças a esse onírico encontro.
A presença do ator chileno no meu sono REM poderia facilmente ser explicada como resíduo diurno. Afinal de contas, o moço é a bola da vez em Hollywood e até já virou piadinha no métier.
O veterano Liam Neeson, por exemplo, convidou o público para assistir ao remake Corra Que a Polícia Vem Aí! dessa maneira no Instagram: “Um filme sem zumbis, super-heróis e ‘Eu sou Pedro Pascal’”! No mínimo original.
Veni loco!
Se formos por essa linha de raciocínio, eu diria que até demorou para eu não sonhar com Pedro Pascal! Mas aconteceu. Uma única vez até agora. No sonho, Pedro é demitido de uma grande empresa onde eu também trabalho. Ele fica revoltado e ameaça se jogar do alto do prédio, em um tipo de vão interno. Com todo mundo observando.
Eu, gastando meu farto espanhol com “veni” e “lárgate de ahí” (gracias Nestor!), tentava tirá-lo do perigo. Consegui. Só que aí, Pedro taca fogo em uns tapetes, apenas para causar prejuízo aos ex-patrões. A gente desce pelas escadas cientes de que aquilo ia dar merda e vai pra rua. E o resto eu já não lembro direito…
Nada nesse enredo me causa espanto. Como muitos sabem, tenho um longo relacionamento com a Sétima Arte. Não foi esta a primeira vez que tenho uma participação especial do calibre de um Pedro Pascal em sonho. Às vezes eu estou no sonho, às vezes não. Às vezes eu sou o olhar da câmera, contando uma história pra mim mesmo enquanto durmo. Nada erótico, juro! Já rolou faroeste, ficção científica e até terror. Claro, terror, o gênero que mais mexe comigo quando estou acordado. A vítima predileta do jump scare! Literalmente, pulo da cadeira quando assisto a esses filmes… Mas essa é outra crônica.
Já tive a oportunidade de narrar um sonho recorrente para os mais próximos, envolvendo ninguém menos do que Sean Connery (o meu 007 favorito, by the way) e Jack Lemmon (meu velho rabugento preferido). Uma dupla improvável das telas. Se não me engano, nunca trabalharam juntos.
Roteiro onírico
No sonho, em preto e branco (ah, tem dessas também!), vemos uma típica paisagem irlandesa, com um típico vilarejo irlandês. Na cena, Connery entra na tela correndo de uma multidão que o persegue furiosamente. Movimento da câmera panorâmica da esquerda para a direita fechando em plano americano nele. Corte.
Na segunda cena, Lemmon surge praticamente na mesma condição, com o mesmo movimento de câmera, só que da direita para a esquerda. Corte.
Ambas as sequências vão ficando mais curtas, entrecortando-se e aumentando a intensidade da ação. A cara de desespero dos dois também vai crescendo. Até que os cortes duram, sei lá, apenas um segundo. É quando a câmera registra uma cena aberta, da junção das duas estradas, com os dois atores surgindo em um mesmo plano. Eles se notam, trocam olhares, percebem que ambos estão na mesma situação (o que denota alguma ilegalidade praticada) e eles seguem correndo juntos, olhando para a frente. Entra o crédito com o nome do filme.
Sim, o grau de detalhismo ainda hoje me impressiona. Certamente, renderia uns 60 segundos de um longa-metragem. Falta o resto. Mas sabe o quê? Não botei esse “roteiro” no papel. Perdi a oportunidade de, quem sabe, trabalhar com dois monstros do cinema. Uma grande pena para mim e em todos os níveis imagináveis.
Por fim, a consolação vem com o fato de que Pedro Pascal trabalha muito. Quem sabe?
Rogério Victorino
Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.
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