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Educar Com Jogo de Cintura: livro de Raquel Petersen encoraja pais a aceitar imperfeições e fugir do ideal
Educar Com Jogo de Cintura, de Raquel Petersen, desmonta a promessa de fórmulas perfeitas de criação e lembra que educar filhos exige mais equilíbrio do que modelos ideais sugerem. A obra parte da premissa de que, em vez de seguir manuais inatingíveis, pais e mães precisam aceitar suas imperfeições e desenvolver sensibilidade para responder às demandas reais da vida familiar.
Petersen observa que a chamada “educação positiva” muitas vezes transforma pais em reféns de expectativas irreais, amplificadas pelas redes sociais. Para ela, os problemas não surgem porque os adultos falham, mas porque tentam aplicar regras abstratas num terreno que exige flexibilidade, humor e adaptação constante.
Crítica ao ideal de perfeição
A autora utiliza sua experiência como pedagoga, neuropsicopedagoga e terapeuta familiar para questionar a busca de soluções prontas. Ela parte de relatos coletados em sessões de orientação parental e da própria vivência como mãe de três meninas para mostrar que a educação não funciona como receita de bolo. Ao contrário, ela propõe que o adultocentrismo e o medo da frustração infantil alimentam ansiedades que atrapalham mais do que ajudam.
Petersen não sugere banir a palavra “não” nem ignorar frustrações. Pelo contrário, ela propõe acolher sentimentos, ao mesmo tempo em que ensina limites que fortalecem autonomia e empatia nas crianças. A ideia central é que afeto e estrutura caminham juntos: um sem o outro tende a gerar rigidez ou permissividade excessiva.
Olhar psicanalítico e realista
A obra incorpora psicanálise e filosofia para analisar vínculos familiares, indo além de conselhos pontuais. Petersen explica que educar exige “jogo de cintura”: responder com sensibilidade às nuances do comportamento infantil. Esse enfoque realista destina-se tanto a pais em crise quanto a leitores interessados em compreender as tensões entre desejo de perfeição e realidade cotidiana.
Sobre a autora
Raquel Petersen é pedagoga, neuropsicopedagoga e terapeuta familiar. Com formação em psicanálise, ela articula teoria e prática clínica para discutir parentalidade, vínculos e limites. Natural do Rio de Janeiro e mãe de três meninas, Petersen incorpora tanto a prática profissional quanto a experiência pessoal em seu texto. Educar Com Jogo de Cintura é sua estreia como autora e articula reflexão e experiência para oferecer um olhar pragmático sobre os desafios contemporâneos de educar filhos.
FAQ sobre Educar Com Jogo de Cintura e Raquel Petersen
1. O que Educar Com Jogo de Cintura propõe de diferente em relação à educação positiva?
Petersen critica a ideia de técnicas perfeitas e prontas, e em vez disso enfatiza a necessidade de adaptação constante às situações reais. Ela sugere que aceitar imperfeições e responder com sensibilidade às nuances do comportamento infantil constrói relações mais saudáveis do que seguir regras rígidas.
2. O livro elimina a necessidade de limites na educação?
Não. Embora valorize acolhimento, Petersen reforça que estabelecer limites claros é essencial. Ela argumenta que limites e afeto trabalham juntos para ajudar a criança a desenvolver autonomia, regulação emocional e empatia, sem cair em permissividade nem em autoritarismo.
3. Como a experiência da autora contribui para as reflexões do livro?
Petersen combina sua formação profissional com sua experiência pessoal como mãe e terapeuta. Essa combinação dá peso às análises, pois ela não apenas descreve conceitos teóricos, mas também ilustra como eles operam em contextos familiares reais, com exemplos e reflexões clínicas.
4. Para quem o livro é indicado?
A obra serve para pais, mães, educadores e qualquer pessoa interessada em relações humanas e desenvolvimento infantil. Ela se mostra útil tanto para quem enfrenta dificuldades concretas na parentalidade quanto para leitores que desejam entender as dinâmicas emocionais e sociais envolvidas em educar.
5. O livro oferece ferramentas práticas ou apenas reflexões?
Ele oferece ambos: reflexão profunda sobre os dilemas da parentalidade contemporânea e ferramentas práticas que ajudam a responder às situações diárias com mais clareza, empatia e jogo de cintura, em vez de buscar fórmulas perfeitas e inalcançáveis.
Rogério Victorino
Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.
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