Orixá Iemanjá: História, Características, Rituais, Oferendas e Filhos de Santo

Descubra Iemanjá, a Rainha dos Mares. Este guia completo explora sua história, características, rituais, oferendas e os filhos de santo.
Orixá Iemanjá: História, Características, Rituais, Oferendas e Filhos de Santo
Foto: Era Sideral / Direitos Reservados

Iemanjá (Yemonjà, Yemojá, Yemaya, Kiandá, Kaiaia), a Rainha dos Mares, é uma das mais reverenciadas orixás nas religiões afro-brasileiras. Sua força, beleza e proteção sobre os mares e águas a tornam uma figura maternal e poderosa. Neste guia completo, vamos explorar quem é Iemanjá, sua história, características, rituais, oferendas, saudações e o papel dos filhos de santo que seguem seu caminho. Entender Iemanjá é entrar em contato com a energia maternal das águas que trazem vida, renovação e proteção.

Quem é Iemanjá?

Iemanjá é a orixá das águas e dos oceanos, protetora das mães e das famílias. Ela é uma divindade que simboliza a fertilidade, o amor maternal e a proteção. Como regente das águas, Iemanjá também está profundamente conectada ao subconsciente e às emoções, ajudando a curar feridas emocionais e a guiar os navegantes em suas jornadas. Seu nome deriva da expressão iorubá “Yéyé omo ejá”, que significa “Mãe cujos filhos são como peixes”, destacando sua ligação com a vida e abundância.

História e Mitos de Iemanjá

Segundo a mitologia, Iemanjá é filha de Olokun, o deus do mar, e foi dada em casamento a Orunmilá, o orixá da adivinhação. Uma das histórias mais conhecidas sobre ela envolve sua transformação em rio ao fugir de conflitos. Ao ser perseguida, Iemanjá caiu e de seu corpo emergiram os rios que fluíram para o oceano, formando a vastidão de suas águas.

Esse mito simboliza sua conexão com as águas doces e salgadas, e sua capacidade de se transformar e se adaptar, tal como os rios que se fundem no mar. Ela é frequentemente chamada em tempos de crise, quando seus devotos buscam por renovação, proteção e cura.

Características de Iemanjá

Iemanjá é uma figura majestosa e maternal, conhecida por sua beleza e força. Seus atributos estão profundamente ligados à natureza e às águas, e suas características definem a sua atuação no mundo espiritual.

  • Cores: Azul e branco, simbolizando o mar e a pureza das águas.
  • Símbolos: Leque e espelhos, que representam a vaidade e a beleza das águas.
  • Elementos: A água, tanto doce quanto salgada, representando fertilidade e transformação.
  • Dia da Semana: Sábado, dia dedicado às águas e aos seus rituais.

Curiosidades sobre Iemanjá

  • Festa de Iemanjá: Celebrada no dia 2 de fevereiro em várias partes do Brasil, especialmente em Salvador, Bahia. Milhares de devotos fazem oferendas ao mar em agradecimento e pedidos de proteção.
  • Sincretismo: No Brasil, Iemanjá é frequentemente sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora da Glória, ambas figuras relacionadas ao cuidado e proteção.
  • Importância na Cultura Brasileira: Iemanjá é uma figura cultural forte, presente não apenas nas religiões afro-brasileiras, mas também na literatura, na música e nas artes.

Saudações a Iemanjá

A saudação mais comum a Iemanjá é “Odoyá!”, que significa “Salve a grande mãe!” ou “Salve a mãe das águas!”. Essa saudação é usada em cerimônias, rituais e momentos de prece, invocando sua proteção e benevolência.

Oferendas para Iemanjá

As oferendas para Iemanjá são colocadas em cestos, lançados ao mar, e geralmente contêm itens que simbolizam sua beleza e poder sobre as águas:

  • Flores brancas e azuis: Simbolizam sua pureza e poder maternal.
  • Perfumes: Representam vaidade e autocuidado.
  • Espelhos: Um dos símbolos mais tradicionais de Iemanjá.
  • Pentes e joias: Representam sua beleza e conexão com a feminilidade.
  • Águas de cheiro: Usadas para purificação e renovação.

Essas oferendas são tradicionalmente feitas em praias, com os devotos lançando seus presentes ao mar enquanto entoam cânticos e fazem pedidos de proteção e renovação espiritual.

Os Filhos de Iemanjá

Os filhos de Iemanjá, ou aqueles que têm Iemanjá como orixá de cabeça, compartilham algumas características marcantes com a grande mãe das águas. Eles tendem a ser pessoas protetoras, ligadas à família e que possuem uma conexão emocional profunda.

Características dos Filhos de Iemanjá

  • Natureza Maternal: Os filhos de Iemanjá são protetores natos, muitas vezes desempenhando papéis importantes no cuidado de seus entes queridos.
  • Emoções Intensas: Assim como o oceano, eles podem ter emoções profundas e intensas, sendo extremamente conectados às suas emoções e às dos outros.
  • Forte Ligação com a Família: Valorizam a família e costumam ser o pilar de sustentação de seus lares.
  • Estabilidade e Persistência: Assim como o mar, eles podem ser constantes e determinados, enfrentando as dificuldades com resiliência.

Aparência e Comportamento

Fisicamente, os filhos de Iemanjá podem ser pessoas de presença imponente e carismática, com uma aura de proteção e força. São geralmente carinhosos, cuidadosos e protetores, atraindo pessoas para o seu círculo de proteção. Costumam se vestir com cores claras, especialmente azul e branco, em sinal de devoção à sua mãe espiritual.

Missão dos Filhos de Iemanjá

A missão dos filhos de Iemanjá é proteger e cuidar, tanto de suas famílias quanto de suas comunidades. Eles têm um papel de liderança natural, e muitos se destacam em áreas de cuidado, saúde e proteção, onde suas habilidades de escuta e empatia são valorizadas.

Iemanjá: A Rainha do Mar

Iemanjá é a mãe protetora das águas e da vida, e sua presença na cultura afro-brasileira reflete a força do feminino e do poder maternal. Com sua capacidade de nutrir e proteger, ela é reverenciada por milhões de devotos que buscam sua proteção e bênçãos. Seus filhos, que refletem suas qualidades de cuidado e estabilidade, são os guardiões da paz e da harmonia familiar. Através de suas oferendas, cânticos e rituais, os devotos de Iemanjá entram em contato com a força renovadora das águas, recebendo proteção e orientação em suas jornadas.

Ton Rodrigues

Estudante de jornalismo, pai de 3 crianças e pintor amador nas horas vagas. Leitor voraz e apaixonado pela música, mas nunca correspondido. Nascido em terreiro de Umbanda, estudioso do Candomblé.

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