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Glossário da Matriz Africana: conhecendo os termos e conceitos essenciais
A Matriz Africana representa um conjunto de tradições espirituais, culturais e filosóficas originárias do continente africano, preservadas e transmitidas através de religiões como o Candomblé, a Umbanda, o Omolocô e outras tradições afro-brasileiras. Estas religiões valorizam a conexão com a natureza, a ancestralidade e o culto aos Orixás, divindades que personificam forças naturais e aspectos da vida humana.
Este Glossário da Matriz Africana ou Dicionário da Matriz Africana reúne os principais termos dessas tradições, bem como todos os Orixás, organizados de A a Z para aprofundar o conhecimento e fortalecer a conexão com essa rica espiritualidade.
A
Abian
No Candomblé, o abian é aquele que frequenta o terreiro e participa das atividades religiosas, mas ainda não passou pelos rituais completos de iniciação. O abian está em fase de aprendizado e pode, futuramente, tornar-se um iniciado, caso receba a confirmação espiritual necessária.
Abikú
Termo de origem iorubá que se refere às crianças que nascem e morrem precocemente, reincarnando várias vezes. No Candomblé, existem rituais específicos para proteger um abikú e garantir que ele permaneça no mundo dos vivos.
Abô
Banho sagrado feito com folhas maceradas, utilizado para purificação, renovação energética e fortalecimento espiritual. O abô é preparado com ervas específicas para cada necessidade e pode ser utilizado em rituais de iniciação, limpezas espirituais ou fortalecimento da energia de uma pessoa.
Adarrum
Ritmo tocado nos atabaques para evocar os ancestrais e as entidades espirituais. O adarrum tem um compasso forte e cadenciado, sendo utilizado principalmente em cerimônias fúnebres e ritos de passagem.
Adjá
Sino sagrado utilizado nos rituais para invocar a presença dos Orixás e entidades espirituais. Seu som é considerado sagrado e sua vibração tem o poder de elevar a energia do ambiente, afastando influências negativas.
Aganju
Orixá associado à terra firme, aos vulcões e às travessias. Aganju simboliza a resistência, a superação de obstáculos e a estabilidade. Em algumas tradições, ele é considerado uma manifestação de Xangô.
Ajé
Forças espirituais femininas associadas à riqueza, prosperidade e poder. O termo também pode se referir às Iyámi Oxorongá, conhecidas como as “Mães Ancestrais”, entidades temidas e respeitadas no culto iorubá.
Ajeum
Refeição sagrada preparada como oferenda para os Orixás e depois compartilhada entre os participantes do ritual. O ajeum é considerado um momento de comunhão espiritual e reforça o axé da casa.
Akará
Bolinho de feijão-fradinho frito em azeite de dendê, tradicional na culinária afro-brasileira e também presente nos rituais para Orixás como Iansã e Xangô.
Alabê
Músico responsável pelos atabaques e outros instrumentos percussivos durante os rituais. O alabê deve conhecer os ritmos específicos de cada Orixá e conduzir os toques com precisão e respeito.
Alaketu
Título dado ao líder ou fundador de um terreiro da nação Ketu, uma das mais tradicionais do Candomblé.
Alufá
Sacerdote muçulmano de origem africana que, no Brasil, teve influência em algumas práticas religiosas sincréticas, principalmente na Bahia.
Amaci
Banho ritualístico feito com ervas maceradas, utilizado para purificação e fortalecimento espiritual dos médiuns e iniciados.
Ancestralidade
Princípio fundamental nas religiões afro-brasileiras, que valoriza e reverencia os ancestrais. O culto aos eguns (espíritos dos antepassados) reforça a conexão entre os vivos e os que já partiram.
Apadê
Ritual de saudação a Exu realizado no início das cerimônias, garantindo proteção e abertura de caminhos durante os trabalhos espirituais.
Apô
Pó sagrado utilizado em rituais para cura, proteção e encantamentos. Pode ser preparado com ingredientes específicos e consagrado pelos sacerdotes.
Ara
Palavra iorubá que significa “corpo”. No Candomblé, acredita-se que o ara abriga o Ori (cabeça/destino) e deve ser tratado com respeito.
Aruanda
Termo utilizado na Umbanda para se referir a uma dimensão espiritual elevada, onde habitam entidades de luz e guias espirituais.
Axé
Força espiritual que sustenta todas as manifestações da vida. O axé é transmitido por meio de objetos sagrados, cânticos, danças e oferendas.
Axexê
Ritual fúnebre do Candomblé realizado para encaminhar o espírito de um iniciado recém-falecido. Ele tem a função de libertar a alma e permitir sua passagem para o mundo espiritual.
Axogum
Cargo sacerdotal responsável pelos sacrifícios rituais dentro do Candomblé. O axogum deve possuir conhecimento profundo sobre os preceitos religiosos e o tratamento adequado dos animais sacrificados.
Ayabás
Termo que se refere às Orixás femininas, como Oxum, Iansã, Iemanjá e Ewá. Elas são consideradas rainhas e representam diferentes forças da natureza e aspectos do feminino divino.
B
Babalorixá
Sacerdote masculino responsável pela liderança espiritual e administrativa de um terreiro de Candomblé. Também chamado de “pai de santo”, o babalorixá conduz rituais, orienta os filhos de santo e mantém a tradição religiosa, garantindo o cumprimento dos preceitos do culto aos Orixás.
Babá Egum
Sacerdote dedicado ao culto dos eguns (espíritos ancestrais). Ele realiza rituais específicos para evocar, honrar e encaminhar os espíritos dos antepassados, assegurando que permaneçam em equilíbrio e auxiliem a comunidade.
Babalawô
Sacerdote do culto de Ifá, oráculo sagrado da tradição iorubá. O babalawô é responsável por interpretar os odus (signos divinatórios) e transmitir orientações espirituais baseadas na sabedoria ancestral, ajudando na condução do destino dos devotos.
Babalossain
Sacerdote responsável pelo conhecimento e manipulação das folhas sagradas (ewé) utilizadas nos rituais. Ele detém o saber sobre as propriedades medicinais e espirituais das ervas, sendo essencial na preparação de banhos, defumações e oferendas.
Babá
Termo de origem iorubá que significa “pai”. É usado como título de respeito dentro do Candomblé e da Umbanda, referindo-se a sacerdotes e lideranças espirituais.
Bacuro
Espírito de uma criança falecida precocemente. No Candomblé e na Umbanda, existem rituais para acalmar e encaminhar esses espíritos, garantindo sua paz e evitando interferências espirituais negativas.
Balaio
Cesto de palha ou vime utilizado para transportar oferendas, folhas sagradas e outros elementos litúrgicos. Simboliza fartura e conexão com a terra.
Balangandã
Conjunto de pingentes e amuletos usados como adorno, geralmente em pulseiras ou colares. No contexto afro-brasileiro, os balangandãs são símbolos de proteção e prosperidade, sendo comuns entre as baianas e no sincretismo religioso.
Banda
Na Umbanda, refere-se às diferentes linhas de trabalho espiritual, como linha dos caboclos, linha dos pretos-velhos, linha das crianças. Cada banda possui características próprias e atua em diferentes aspectos da espiritualidade.
Bandeja de Pemba
Instrumento utilizado para traçar os pontos riscados nos rituais da Umbanda e Quimbanda. A pemba é um tipo de giz sagrado, e a bandeja serve como base para registrar símbolos e assinaturas espirituais.
Bantu
Grupo etnolinguístico africano cujas tradições religiosas influenciaram fortemente o Candomblé Angola e Congo no Brasil. As práticas religiosas Bantu destacam o culto aos Inkises e o respeito aos ancestrais.
Bara
Nome de Exu em algumas tradições do Candomblé. Bara é o guardião dos caminhos e intermediário entre os Orixás e os humanos, sendo essencial nos rituais de abertura e oferendas.
Barracão
Espaço sagrado dentro do terreiro onde são realizadas festas públicas, cerimônias e celebrações religiosas. O barracão também é um local de confraternização, onde os filhos de santo e visitantes se reúnem.
Batuque
Ritmo musical sagrado e também o nome de uma tradição religiosa afro-brasileira predominante no Rio Grande do Sul. O Batuque cultua os Orixás através de danças, cantos e oferendas.
Baixar
Termo utilizado para descrever a incorporação de uma entidade espiritual em um médium durante um ritual. Quando um guia ou Orixá “baixa”, ele manifesta sua presença e transmite mensagens aos fiéis.
Benzedeira
Mulher que realiza orações e rituais de cura por meio de rezas, gestos e elementos naturais, como ervas e água. As benzedeiras são figuras tradicionais na cultura popular e possuem forte ligação com práticas afro-brasileiras.
Bicho
Termo utilizado para se referir aos animais sacrificados em oferendas aos Orixás e entidades espirituais. O sacrifício animal é uma prática ancestral que visa alimentar espiritualmente os deuses e fortalecer o axé do terreiro.
Bira
Instrumento de percussão semelhante a um tambor, utilizado nos rituais para acompanhar os cânticos e danças sagradas.
Boiadeiro
Entidade espiritual cultuada na Umbanda, representando os trabalhadores do campo, como vaqueiros e tropeiros. Os boiadeiros são conhecidos por sua coragem, força e proteção espiritual.
Bolsa de Mandinga
Amuleto confeccionado com couro ou tecido, contendo ervas, pedras e inscrições sagradas. A bolsa de mandinga é usada para proteção espiritual, atração de sorte e realização de desejos.
C
Cacunda
Termo utilizado para descrever uma incorporação incompleta de uma entidade ou Orixá, quando o médium apresenta sinais físicos da manifestação, mas sem total controle da comunicação espiritual.
Cacurucaia
Nome popular dado aos espíritos zombeteiros ou de baixa vibração na Umbanda e no Candomblé. São entidades que podem perturbar pessoas e ambientes, sendo necessário rituais para afastá-las.
Cafua
Local reservado dentro de alguns terreiros, especialmente na tradição Bantu, onde são guardados assentamentos de espíritos ancestrais e objetos sagrados.
Calundu
Antiga prática religiosa afro-brasileira presente nos séculos passados, especialmente na Bahia e em Minas Gerais, que misturava elementos das tradições africanas, indígenas e católicas.
Candomblé
Religião afro-brasileira baseada no culto aos Orixás, Voduns e Inkises. Organiza-se em nações como Ketu, Jeje, Angola e Congo, cada uma com características específicas de rituais, cantos e liturgia.
Cangalha
Termo usado na Umbanda para se referir a espíritos carregados de energia negativa, que precisam ser encaminhados através de trabalhos espirituais de desobsessão.
Cangalheiro
Guia espiritual da linha dos ciganos ou boiadeiros na Umbanda. O cangalheiro auxilia no corte de energias densas e no direcionamento de almas perdidas.
Cânticos Sagrados
Músicas ritualísticas usadas para invocar os Orixás, guias espirituais e forças da natureza. Os cânticos são acompanhados por tambores e seguem ritmos específicos de cada tradição.
Capangueiro
Entidade espiritual presente na Quimbanda e em algumas vertentes da Umbanda, associada à proteção e à segurança energética dos médiuns e dos terreiros.
Carrego
Termo usado para descrever energias negativas acumuladas por uma pessoa ou ambiente. O carrego pode ser retirado através de banhos de ervas, defumações e trabalhos espirituais.
Caruru
Prato ritualístico feito à base de quiabo e azeite de dendê, oferecido principalmente a Xangô e outras entidades do panteão afro-brasileiro.
Casas de Axé
Nome dado aos terreiros de Candomblé e Umbanda. Representam centros de força espiritual e transmissão do conhecimento religioso.
Catular
Termo utilizado em algumas tradições afro-brasileiras para se referir ao ato de louvar ou reverenciar uma entidade ou Orixá.
Cavalos
Nome dado aos médiuns incorporados, pois servem como “montaria” para os Orixás e entidades espirituais que se manifestam durante os rituais.
Cavalo de Santo
Expressão usada para designar um médium preparado para incorporar Orixás ou guias espirituais durante os trabalhos espirituais.
Chama Sagrada
Elemento simbólico presente em rituais afro-brasileiros, representando a força, a iluminação e a purificação espiritual.
Chefe de Terreiro
Título dado ao dirigente máximo de um terreiro de Candomblé ou Umbanda.
Chocalho de Exu
Instrumento ritualístico usado para saudar e invocar Exu nos ritos de Candomblé e Umbanda.
Círculo de Fogo
Prática ritualística utilizada para proteção espiritual e afastamento de influências negativas.
Cobogó
Pequena abertura em paredes de terreiros que serve para ventilação e também tem significados simbólicos ligados à proteção espiritual.
Coroação
Ritual de alta importância dentro do Candomblé, onde um filho de santo recebe a consagração definitiva do seu Orixá regente.
Cruzamento de Linhas
Termo usado na Umbanda para indicar a mistura de influências espirituais de diferentes linhas ou guias dentro de um médium ou terreiro.
Curimba
Grupo de músicos e cantores responsáveis pelos toques e cânticos dentro de um terreiro de Umbanda.
Curimbeiro
Membro do terreiro que toca os atabaques e instrumentos percussivos para os rituais, sendo essencial para manter o ritmo das cerimônias.
D
D’Jina
Entidade espiritual presente nas tradições Bantu e Jeje, relacionada às forças da natureza e aos espíritos ancestrais. O culto aos D’Jina envolve oferendas e rituais para harmonizar a relação entre o mundo físico e espiritual.
Dara
Palavra de origem iorubá que significa paz, harmonia e tranquilidade. É usada em cânticos e saudações rituais para invocar equilíbrio espiritual e boas energias.
Dar uma volta na gira
Expressão utilizada na Umbanda e no Candomblé para descrever o momento em que o médium incorporado caminha ou dança no terreiro, ajudando a equilibrar as energias e fortalecer a manifestação da entidade espiritual.
Dar um olhinho
Termo popular usado para se referir ao ato de consultar uma entidade espiritual, seja por meio da incorporação de um médium ou através de um oráculo.
Decá
Conjunto de miçangas ou contas sagradas que formam colares consagrados aos Orixás. Os decás são entregues aos filhos de santo durante iniciações e representam a ligação espiritual com suas divindades.
Dedê
Azeite extraído do dendê, amplamente utilizado no Candomblé em oferendas, banhos e rituais para fortalecer o axé e a conexão com os Orixás.
Defumação
Ritual de purificação e limpeza energética que utiliza ervas e resinas aromáticas queimadas para afastar más influências e renovar o ambiente espiritual.
Descarrego
Trabalho espiritual realizado para remover energias negativas acumuladas em uma pessoa ou ambiente. O descarrego pode ser feito com banhos de ervas, oferendas, passes espirituais e defumações.
Despacho
Oferenda deixada em encruzilhadas, praias, matas e outros locais sagrados para Exu, Pombagira e outras entidades espirituais. O despacho é utilizado para abrir caminhos, proteger contra negatividades ou agradecer bênçãos recebidas.
Dilogun
Oráculo de conchas utilizado no Candomblé para a comunicação com os Orixás. O jogo de búzios é a principal ferramenta divinatória dos sacerdotes iniciados, permitindo orientações sobre a vida espiritual e material dos consulentes.
Domínio Espiritual
Capacidade de um médium ou sacerdote de exercer controle sobre as energias espirituais ao seu redor, garantindo segurança e estabilidade durante os rituais.
Doutrina
No contexto da Umbanda, a doutrina refere-se ao conjunto de ensinamentos passados pelas entidades espirituais e pelos dirigentes do terreiro, que orientam o comportamento e a prática religiosa dos médiuns e frequentadores.
Duas cabeças
Expressão utilizada quando um médium apresenta interferência de mais de uma entidade ao mesmo tempo durante um processo de incorporação, o que pode gerar confusão espiritual e a necessidade de ajuste energético.
Dundun
Instrumento de percussão tradicional da cultura iorubá, utilizado nos rituais do Candomblé para invocar os Orixás e manter a harmonia vibratória das cerimônias.
E
Ebó
Ritual sagrado realizado para purificação, afastamento de energias negativas e equilíbrio espiritual. O ebó pode conter elementos como comidas, bebidas, velas, moedas e ervas específicas para cada finalidade, sendo oferecido aos Orixás, Exus ou entidades espirituais.
Ebori
Cerimônia de fortalecimento do Ori (cabeça/destino), fundamental no Candomblé. O ebori alinha a energia espiritual da pessoa, promovendo clareza e equilíbrio em sua jornada de vida.
Ebomi
Título dado a um filho de santo após sete anos de iniciação no Candomblé. O ebomi tem maior responsabilidade dentro do terreiro e pode auxiliar o babalorixá ou a iyalorixá nos rituais.
Eda
Termo iorubá que significa “destino” ou “caminho de vida”. No Candomblé, acredita-se que cada pessoa escolhe seu eda antes de reencarnar, mas pode precisar de rituais para corrigir desvios e alinhar-se ao seu propósito.
Ekédi
No Candomblé, é a pessoa responsável por cuidar dos filhos de santo durante os rituais, auxiliando aqueles que entram em transe e zelando pelo bem-estar do terreiro. As ekédis não incorporam Orixás, mas possuem forte ligação espiritual e respeitabilidade na hierarquia religiosa.
Eledá
Orixá protetor de uma pessoa, aquele que rege seu destino e influencia sua personalidade. O eledá é identificado através de consultas oraculares, como o jogo de búzios.
Elegbará
Nome dado a Exu na tradição iorubá. Elegbará é o mensageiro dos Orixás e guardião dos caminhos, sendo essencial para a comunicação entre o mundo espiritual e material.
Elegun
Filho de santo que recebe e manifesta um Orixá durante os rituais. O elegun deve passar por treinamento e iniciação para desenvolver sua mediunidade e incorporar a energia da divindade de maneira adequada.
Elépó
Pessoa encarregada de preparar e armazenar o azeite de dendê dentro do terreiro. O azeite de dendê é um dos principais elementos das oferendas e rituais afro-brasileiros.
Eloiô
Nome usado para designar o Orun, o mundo espiritual onde vivem os Orixás e os ancestrais. O eloiô é visto como a morada dos espíritos elevados.
Emi
Palavra iorubá que significa “vida” ou “sopro vital”. No contexto espiritual, o emi é a força que mantém o ser humano vivo e conectado ao axé dos Orixás.
Encantado
Ser espiritual que nunca viveu na Terra como humano, mas que possui grande poder e atua no auxílio aos médiuns e sacerdotes. Os encantados são comuns em tradições como a Jurema Sagrada e o Tambor de Mina.
Encruzilhada
Local sagrado associado a Exu e Pombagira, onde são feitos despachos, oferendas e rituais de abertura de caminhos. Existem encruzilhadas de terra, de estrada, de ferrovia e de mar, cada uma com propósitos específicos dentro da Umbanda e do Candomblé.
Engira
Sinônimo de gira, termo utilizado na Umbanda para designar uma sessão espiritual em que entidades se manifestam para orientar, curar e aconselhar os consulentes.
Entidade Espiritual
Ser desencarnado que trabalha na Umbanda e em outras tradições afro-brasileiras, auxiliando os vivos através da incorporação em médiuns. Entre as principais entidades espirituais estão os caboclos, pretos-velhos, boiadeiros, marinheiros, exus e pombagiras.
Erê
Manifestação infantil de um Orixá, que surge para brincar, alegrar e ensinar. O erê tem papel importante na iniciação dos filhos de santo, pois auxilia na conexão do médium com seu Orixá regente.
Erumalé
Nome dado aos Orixás que participam diretamente da criação do mundo e dos seres humanos. Erumalé significa “os que vieram do céu para a Terra”.
Ervas Sagradas
Plantas utilizadas em banhos, defumações e rituais de cura dentro das religiões afro-brasileiras. Cada Orixá tem suas ervas sagradas, e seu uso deve ser feito com conhecimento e respeito à tradição.
Ewé
Palavra iorubá que significa “folha” ou “planta”. As ewés são essenciais para os rituais de Candomblé e Umbanda, sendo usadas para banhos, oferendas e purificações.
Ewá
Orixá ligada ao mistério, à vidência e à pureza. Ewá é associada às águas doces e às estrelas, representando o conhecimento oculto e a transformação espiritual.
Exu
Orixá da comunicação, dos caminhos e das encruzilhadas. Exu é o mensageiro dos Orixás e o primeiro a ser saudado em qualquer ritual. Sua energia traz movimento, equilíbrio e justiça, sendo tanto o portador das dificuldades quanto o solucionador dos problemas.
Exu Mirim
Entidade da Umbanda que manifesta a energia infantil de Exu. Exu Mirim trabalha com a transformação de energias densas e atua na libertação de bloqueios espirituais.
I
Ibá
Conjunto de objetos sagrados que representam um Orixá dentro do terreiro. O Ibá pode conter ferramentas, assentamentos e oferendas específicas para cada divindade, sendo mantido em um local de respeito e culto.
Ibadô
Espaço reservado dentro do terreiro para os rituais de iniciação e obrigações dos filhos de santo. O Ibadô é um local de recolhimento e fortalecimento espiritual.
Ibêji
Orixás gêmeos que simbolizam a infância, a alegria e a proteção das crianças. Representam o equilíbrio entre forças opostas e são sincretizados com São Cosme e São Damião. Suas oferendas incluem doces, brinquedos e comidas típicas como caruru.
Ibo
Oferenda realizada para os Orixás e entidades espirituais com o propósito de purificação, proteção ou agradecimento. O Ibo pode conter alimentos, velas, bebidas e outros elementos rituais.
Icoce
Ritual de descarrego e fortalecimento espiritual, realizado para afastar influências negativas e garantir equilíbrio energético ao médium ou ao terreiro.
Idá
Espada ritualística usada em cerimônias e oferendas, especialmente no culto a Ogum e Xangô. O Idá simboliza força, proteção e justiça.
Iemanjá
Orixá das águas salgadas, considerada a mãe de quase todos os Orixás e protetora das famílias e dos lares. Iemanjá rege o mar, a fertilidade e a maternidade, sendo uma das divindades mais veneradas no Brasil. Seu culto é celebrado especialmente no dia 2 de fevereiro, quando milhares de devotos fazem oferendas em praias. No sincretismo religioso, é associada a Nossa Senhora dos Navegantes. Suas oferendas incluem flores, espelhos, perfumes, velas e manjares.
Ifá
Sistema oracular da tradição iorubá, regido pelo Orixá Orunmila. O culto de Ifá envolve a consulta aos odus (signos divinatórios) através do jogo de búzios ou do opelé Ifá, trazendo orientações espirituais.
Igbamole
Termo que se refere a espíritos ancestrais cultuados e reverenciados em rituais.
Igbá Ori
Assentamento sagrado do Ori (cabeça/destino) de uma pessoa. O Igbá Ori é consagrado em rituais para garantir proteção, clareza mental e alinhamento com o caminho espiritual correto.
Igbo
Floresta ou mata sagrada, local onde os Orixás da natureza são reverenciados. Os rituais realizados no Igbo são dedicados especialmente a Oxóssi e Ossain, Orixás ligados às ervas e ao conhecimento espiritual.
Ijexá
Ritmo percussivo tradicional do Candomblé, caracterizado por uma batida cadenciada e envolvente. É utilizado principalmente nos cultos a Oxum e Logunedé, transmitindo suavidade e harmonia.
Ilá
Marcas rituais feitas no rosto ou no corpo de iniciados no Candomblé, simbolizando sua conexão espiritual e sua identidade religiosa.
Ilê Axé
Nome dado aos terreiros de Candomblé, que significa “Casa de Força e Energia Sagrada”. O Ilê Axé é o espaço onde ocorrem as cerimônias e onde está assentado o axé dos Orixás.
Ilê Ifé
Cidade sagrada na Nigéria considerada o berço da civilização iorubá e o local de origem dos Orixás. No contexto religioso, Ilê Ifé é visto como o centro espiritual da criação do mundo.
Ilustração Espiritual
Termo utilizado para descrever visões e manifestações espirituais durante rituais, sonhos ou meditações.
Imalê
Nome dado aos africanos muçulmanos que foram trazidos ao Brasil e influenciaram práticas religiosas sincréticas, especialmente na Bahia.
Incenso Ritualístico
Ervas queimadas durante os rituais para purificação espiritual, elevação vibracional e fortalecimento da conexão com os Orixás e guias espirituais.
Incorporação
Fenômeno mediúnico em que uma entidade espiritual ou Orixá manifesta sua energia através de um médium. A incorporação pode ser consciente, semiconsciente ou inconsciente, dependendo do desenvolvimento do médium.
Inquice
Divindades cultuadas no Candomblé Angola e Congo, equivalentes aos Orixás na tradição iorubá. Exemplos de Inquices incluem Kavungo (Obaluaiê), Nzazi (Xangô), Ndandalunda (Oxum), Tempo (Iansã).
Iorubá
Grupo étnico da África Ocidental cuja cultura e religião deram origem ao Candomblé Ketu e ao culto aos Orixás no Brasil. O idioma iorubá é preservado em cânticos e rezas dentro dos terreiros.
Ipadê de Exu
Ritual realizado antes das cerimônias para saudar e pedir a permissão de Exu, garantindo proteção e abertura de caminhos.
Ipetê
Prato ritualístico feito com inhame amassado, oferecido a Oxum em suas festividades. O Ipetê representa fartura e fertilidade.
Iroko
Orixá das grandes árvores e do tempo, considerado o elo entre o céu e a terra. No Candomblé, Iroko é cultuado em árvores ancestrais e é associado à memória e à ancestralidade.
Itã
Narrativa mitológica que conta as histórias dos Orixás e seus feitos. Os itãs são transmitidos oralmente pelos mais velhos e preservam a sabedoria ancestral.
F
Faca do Axogum
Instrumento sagrado utilizado pelo Axogum, o sacerdote responsável pelo sacrifício ritualístico dos animais oferecidos aos Orixás. A faca do Axogum deve ser consagrada e usada com profundo respeito, pois representa a ligação entre o mundo material e espiritual.
Faculdade Mediúnica
Capacidade de um médium de perceber, sentir ou incorporar entidades espirituais. A faculdade mediúnica pode se manifestar de diferentes formas, como clarividência, incorporação, audição espiritual e intuição.
Falange
Grupo de espíritos que trabalham sob a orientação de um guia-chefe dentro da Umbanda. Cada falange possui características específicas e atua em diferentes áreas, como cura, proteção e aconselhamento.
Fardamento
Roupa branca utilizada pelos médiuns e filhos de santo nos rituais de Umbanda e Candomblé. O fardamento simboliza pureza, respeito e conexão com a espiritualidade.
Feitura de Santo
Processo completo de iniciação no Candomblé, no qual o filho de santo passa por diversos rituais para fortalecer sua conexão com seu Orixá regente. A feitura de santo pode durar dias e envolve resguardo, aprendizado e a consagração do iniciado.
Feitio
Ritual realizado para a confecção de amuletos, patuás e objetos de poder dentro das tradições afro-brasileiras.
Feitiço
Prática espiritual que utiliza ervas, velas, rezas e oferendas para influenciar determinadas situações. No Candomblé e na Umbanda, os feitiços são feitos para proteção, cura, abertura de caminhos e fortalecimento espiritual.
Fenda Espiritual
Abertura energética em um local ou pessoa, causada por influência espiritual negativa ou por práticas indevidas. As fendas espirituais podem ser fechadas por meio de rituais de proteção e limpeza.
Ferreiro de Ogum
Sacerdote ou artesão responsável por confeccionar objetos de ferro consagrados a Ogum, Orixá da guerra e da tecnologia.
Ferramentas dos Orixás
Objetos metálicos utilizados nos assentamentos dos Orixás, representando seus domínios e poderes. Cada Orixá possui ferramentas específicas, como a espada de Ogum, o machado duplo de Xangô e o leque dourado de Oxum.
Filho de Santo
Pessoa iniciada no Candomblé ou na Umbanda, que recebe a proteção e orientação de um Orixá ou entidade espiritual. O filho de santo tem responsabilidades dentro do terreiro e participa dos rituais conforme seu grau de aprendizado.
Firmação de Cabeça
Ritual realizado para equilibrar a energia espiritual de uma pessoa e fortalecer sua ligação com seu Orixá ou guia espiritual. A firmação de cabeça pode incluir banhos de ervas, oferendas e obrigações específicas.
Firmação de Ponto
Ato de traçar símbolos espirituais com pemba no chão ou em altares, representando a presença e o poder de um Orixá ou entidade.
Fogueira de Xangô
Celebração dedicada a Xangô, Orixá da justiça e dos trovões. Durante o ritual, uma grande fogueira é acesa em sua homenagem, simbolizando sua força e poder.
Fontes de Axé
Elementos naturais, como rios, cachoeiras, montanhas e matas, que são considerados locais sagrados para oferendas e cultos aos Orixás.
Força Espiritual
Energia emanada pelos Orixás, guias e entidades espirituais. A força espiritual pode ser utilizada para curas, proteção e evolução espiritual.
Forja de Ogum
Espaço simbólico onde os instrumentos e armas de Ogum são moldados. No contexto ritualístico, a forja de Ogum representa transformação e resistência.
Fronha de Santo
Pano consagrado utilizado durante iniciações e rituais de resguardo no Candomblé.
G
Ganga
Termo de origem Bantu utilizado no Candomblé Angola para designar um sacerdote ou líder espiritual. O Ganga tem profundo conhecimento dos rituais, ervas e forças da natureza.
Ganga-Zumba
Título dado a um líder ou ancestral de grande respeito nas tradições afro-brasileiras. Ganga-Zumba foi o nome do primeiro líder do Quilombo dos Palmares.
Gargalho
Objeto ritualístico utilizado em algumas tradições para auxiliar na canalização de energias espirituais. Pode ser uma peça específica de metal, madeira ou outro material consagrado.
Garrafada
Mistura de ervas maceradas em bebidas como aguardente ou mel, usada para fins espirituais e medicinais. A garrafada é um elemento presente nas tradições afro-indígenas e no culto de Jurema.
Gira
Nome dado às sessões espirituais da Umbanda, onde os médiuns incorporam entidades para atender os consulentes. As giras podem ser gerais ou específicas, como a gira de caboclos, gira de pretos-velhos e gira de exus.
Gira de Esquerda
Ritual voltado à manifestação de entidades da esquerda, como Exus e Pombagiras, responsáveis por trabalhos espirituais ligados à proteção, justiça e resolução de conflitos.
Gira de Oxalá
Sessão espiritual dedicada ao Orixá Oxalá, caracterizada por cânticos suaves, uso de vestimentas brancas e rituais de paz e equilíbrio.
Gongá
Altar sagrado na Umbanda onde são colocadas imagens, velas, pembas e oferendas para os Orixás e guias espirituais. O gongá é o ponto de conexão entre os médiuns e o plano espiritual.
Graça dos Orixás
Bênção concedida pelos Orixás em resposta a um pedido ou oferenda. A graça dos Orixás pode se manifestar de diversas formas, como proteção, saúde e prosperidade.
Gravatá
Planta frequentemente utilizada em rituais afro-brasileiros por suas propriedades espirituais e medicinais.
Guardião
Entidade espiritual que protege e vigia os caminhos dos médiuns e dos terreiros. Na Umbanda, os guardiões são representados pelos Exus.
Guia
Colar de contas consagradas utilizado por médiuns e praticantes para proteção e fortalecimento espiritual. Cada Orixá ou entidade espiritual possui cores e combinações específicas de guias.
Guia Espiritual
Ser de luz que acompanha e orienta o médium ou devoto em sua jornada espiritual. Pode se manifestar em forma de caboclos, pretos-velhos, exus, boiadeiros, crianças, entre outros.
Guiné
Erva poderosa utilizada em banhos de limpeza e proteção espiritual. A guiné é amplamente empregada em defumações e descarregos energéticos.
H
Habitação Espiritual
Termo utilizado para descrever o corpo físico como uma morada temporária do espírito. No Candomblé e na Umbanda, acredita-se que o espírito escolhe sua habitação espiritual antes de encarnar, para cumprir sua missão no mundo material.
Harmonia Vibratória
Estado de equilíbrio energético e espiritual alcançado por meio de rituais, oferendas e práticas de fé. A harmonia vibratória é essencial para que um médium possa incorporar entidades de forma estável e segura.
Haste de Oxóssi
Símbolo ritualístico que representa Oxóssi, Orixá da caça e do conhecimento. A haste de Oxóssi pode ser usada em assentamentos e oferendas como representação de sua ligação com as matas e a sabedoria ancestral.
Herança Espiritual
Conjunto de ensinamentos, proteções e obrigações transmitidos de um sacerdote para seus filhos de santo. A herança espiritual é respeitada dentro dos terreiros, pois representa o legado da tradição e da ancestralidade.
Hierarquia no Terreiro
Estrutura de organização dentro do Candomblé e da Umbanda, onde cada membro tem um papel e uma função específica. A hierarquia no terreiro é fundamental para a manutenção da disciplina e do axé.
Homenagem aos Orixás
Rituais ou festas realizados para celebrar os Orixás em suas datas comemorativas. As homenagens aos Orixás envolvem cânticos, danças, oferendas e distribuição de comidas sagradas.
Humildade Espiritual
Qualidade essencial para todo praticante das religiões afro-brasileiras, referindo-se à capacidade de servir, aprender e respeitar os ensinamentos dos Orixás e guias espirituais.
J
Jabá
Comida salgada, geralmente carne seca, utilizada em rituais e oferendas aos Orixás, especialmente em obrigações para Exu.
Jaboticaba
Fruta frequentemente utilizada em oferendas a Oxum, representando doçura, prosperidade e fertilidade.
Jacuípe
Rio sagrado na Bahia, associado a cultos e oferendas a Iemanjá e outras entidades aquáticas.
Jagun
Qualidade guerreira de Xangô, representando sua justiça severa e implacável. No Candomblé, pode se manifestar como um Orixá específico ou um aspecto de Xangô.
Jagunço Espiritual
Entidade espiritual protetora na Umbanda, muitas vezes vinculada à linha dos boiadeiros ou aos Exus de trabalho.
Jamba
Termo de origem Bantu usado em algumas tradições afro-brasileiras para se referir a oferendas ou assentamentos sagrados.
Jangada Espiritual
Simbolismo presente em oferendas para Iemanjá, representando pedidos de proteção e orientação nos caminhos da vida.
Jardim de Oxum
Expressão usada para descrever locais de mata e cachoeira onde são feitas oferendas para Oxum, Orixá das águas doces, do amor e da fertilidade.
Jardineiro Espiritual
Termo usado para médiuns e sacerdotes que trabalham no cultivo e no uso ritualístico de ervas sagradas.
Jarrete de Santo
Pano ritualístico usado para cobrir a cabeça em determinadas cerimônias de iniciação no Candomblé.
Jati
Mel tradicionalmente utilizado em oferendas e banhos rituais para atrair prosperidade e doçura na vida espiritual e material.
Jeje
Nação do Candomblé originária dos povos Ewe-Fon, que cultuam os Voduns. No Candomblé Jeje, divindades como Dan (serpente cósmica), Hevioso (trovão) e Sakpatá (saúde) são veneradas.
Jibóia de Oxumaré
Símbolo sagrado que representa Oxumaré, Orixá do arco-íris e do ciclo da vida. A jibóia é um animal associado à renovação e continuidade.
Jirê
Outro nome para Xirê, ritual de louvor aos Orixás no Candomblé, onde são entoados cânticos e realizados toques de atabaque para cada divindade.
Jogo de Búzios
Oráculo sagrado do Candomblé, utilizado para consulta aos Orixás. O jogo de búzios é lançado por sacerdotes e revela mensagens espirituais através dos odus, permitindo orientação sobre questões materiais e espirituais.
Jongo
Dança de origem africana praticada em comunidades afro-brasileiras, especialmente no Sudeste do Brasil. O Jongo tem forte ligação com a musicalidade e a ancestralidade dos povos Bantu.
Jurema Sagrada
Culto espiritual de matriz indígena e afro-brasileira, presente no Nordeste do Brasil. O culto da Jurema envolve ervas de poder, rituais de cura e conexão com espíritos encantados.
Jurumê
Entidade espiritual vinculada à linha de trabalho dos caboclos na Umbanda, atuando na cura e no aconselhamento.
K
Kaô Kabecilê
Saudação sagrada ao Orixá Xangô, que significa “Salve o Rei Justiceiro!”. É entoada durante louvações e rituais dedicados a ele.
Kabila
Termo de origem Bantu que significa “família” ou “grupo espiritual”. No Candomblé Angola e Congo, representa o pertencimento a uma linhagem religiosa.
Kalunga
Palavra que significa “oceano” ou “mundo dos mortos” nas tradições Bantu. No Candomblé Angola, a Kalunga Grande é o mar e a Kalunga Pequena é o cemitério.
Kamuká
Dança ritual realizada em louvor a Oxóssi, Orixá da caça e da fartura. A Kamuká simboliza a busca pelo sustento e o agradecimento às forças da natureza.
Kavungo
Inquice (divindade) do Candomblé Angola equivalente a Obaluaiê, senhor das doenças e da cura.
Ketu
Nação do Candomblé de origem iorubá, a mais praticada no Brasil. No Candomblé Ketu, os Orixás são cultuados com suas cores, ferramentas e oferendas específicas.
Kimbandas
Sacerdotes da Quimbanda, tradição espiritual afro-brasileira voltada ao culto de Exu e Pombagira, com foco em magia e resolução de problemas espirituais.
Kimbanda
Tradição religiosa distinta do Candomblé e da Umbanda, que trabalha com Exus e Pombagiras para orientação e resolução de demandas espirituais.
Kinbundo
Língua africana falada por povos de origem Bantu, que influenciou termos e expressões usados no Candomblé Angola e em práticas religiosas afro-brasileiras.
Kisaba
Oferenda específica do Candomblé Angola feita a Nkises (equivalentes aos Orixás) para fortalecer o axé e agradecer pelas bênçãos recebidas.
Kitanda
Mercado espiritual onde, segundo algumas tradições afro-brasileiras, os espíritos podem “comprar” ou “negociar” bênçãos e aprendizados para seus protegidos.
Kitembo
Inquice (divindade) do Candomblé Angola associado ao tempo e às mudanças cíclicas da vida, similar ao Orixá Iroko no Candomblé Ketu.
Kiumbanda
Nome dado a espíritos errantes ou sem luz na tradição Quimbanda. São entidades que podem precisar de encaminhamento espiritual.
L
Ladainha de Pretos-Velhos
Cânticos e orações entoados nos rituais da Umbanda para invocar os Pretos-Velhos, entidades de sabedoria, humildade e cura. A ladainha é usada para harmonizar o ambiente e fortalecer o axé.
Lajedo de Xangô
Locais de grande formação rochosa associados ao Orixá Xangô, senhor da justiça e dos trovões. Em algumas tradições, oferendas são feitas nesses espaços em sua homenagem.
Lambarí de Oxum
Peixe associado à Orixá Oxum, frequentemente utilizado em oferendas para a divindade das águas doces, do amor e da fertilidade.
Langorô
Termo usado no Candomblé para se referir a cânticos e rezas dedicadas ao Orixá Xangô.
Lançamento de Obi
Técnica de adivinhação utilizada no Candomblé através do Obi (noz de cola). Esse oráculo permite respostas diretas dos Orixás sobre determinadas questões.
Légua
Forma de saudação e respeito aos guias e entidades da Umbanda e Quimbanda, especialmente Exus.
Lendas dos Orixás (Itãs)
Narrativas mitológicas que contam a história dos Orixás e seus feitos. Essas lendas, chamadas de Itãs, são transmitidas oralmente e preservam a sabedoria ancestral dos povos africanos.
Libação
Ato de derramar um líquido (água, vinho, mel ou bebida alcoólica) no chão em homenagem aos Orixás e ancestrais. A libação é uma forma de reverência e pedido de bênçãos.
Linha de Trabalho
Divisão espiritual dentro da Umbanda, representando diferentes grupos de entidades. Algumas das principais linhas de trabalho incluem Caboclos, Pretos-Velhos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Exus.
Logunedé
Orixá jovem que combina características de Oxóssi e Oxum. Logunedé é senhor da caça e das águas doces, simbolizando dualidade entre a vida selvagem e a realeza.
Lona de Terreiro
Cobertura utilizada nos terreiros para proteger os participantes das cerimônias das intempéries climáticas, preservando a energia do ritual.
Lorogun
Título dado a um sacerdote responsável por rituais guerreiros dentro do Candomblé, especialmente ligados a Ogum e Xangô.
Lua de Nanã
Fase da lua associada à Orixá Nanã Buruquê, representando a sabedoria, a ancestralidade e o ciclo de vida e morte. Durante essa fase, rituais para introspecção e renascimento espiritual são realizados.
Luz Espiritual
Energia positiva irradiada pelos Orixás e guias espirituais. É a força que auxilia na cura, proteção e evolução espiritual dos praticantes.
M
Mãe de Santo
Sacerdotisa responsável pela condução espiritual e administrativa de um terreiro de Candomblé ou Umbanda. Também chamada de Iyalorixá, orienta os filhos de santo, conduz rituais e preserva a tradição religiosa.
Mandingueiro
Pessoa que trabalha com magia e feitiçaria, podendo atuar tanto na linha da cura e proteção quanto na realização de encantamentos específicos. O termo tem origem na cultura Mandingue, da África Ocidental.
Mandinga
Práticas espirituais e mágicas utilizadas para proteção, atração de boas energias e afastamento de negatividades. Mandinga pode envolver o uso de rezas, ervas, amuletos e banhos energéticos.
Manjá
Expressão utilizada em algumas regiões para se referir a Iemanjá, a Orixá das águas salgadas, mãe da fertilidade e protetora dos lares e pescadores.
Marafa
Bebida alcoólica usada em oferendas e obrigações para determinadas entidades, especialmente Exu e Pombagira.
Marinheiros
Linha de trabalho na Umbanda composta por entidades que representam os homens do mar. Os marinheiros são conhecidos por sua energia de movimento, alegria e auxílio na busca por equilíbrio emocional.
Marmita de Santo
Pote ou recipiente onde são colocadas comidas de santo oferecidas aos Orixás, Exus ou guias espirituais.
Martelo de Xangô
Símbolo da justiça e do poder de Xangô, representado pelo Oxê, o machado duplo do Orixá.
Matamba
Divindade cultuada no Candomblé Angola, equivalente a Iansã na tradição iorubá. Matamba está ligada aos ventos, tempestades e à força feminina.
Medo de Santo
Expressão usada para se referir a pessoas que têm receio ou resistência em relação à espiritualidade afro-brasileira, seja por desconhecimento ou crenças pessoais.
Médiuns de Umbanda
Pessoas que possuem a capacidade de incorporar entidades espirituais durante os rituais. Na Umbanda, existem diferentes tipos de médiuns, como os de incorporação, vidência e intuição.
Mironga
Palavra de origem Bantu que significa segredo, mistério ou magia. A mironga é um conhecimento oculto transmitido por sacerdotes e entidades espirituais aos iniciados.
Miudinho
Ritmo percussivo tocado nos atabaques em rituais do Candomblé e da Umbanda, usado para acompanhar as danças sagradas e os cânticos religiosos.
Morim
Tecido branco utilizado nos rituais do Candomblé, especialmente na vestimenta dos filhos de santo durante obrigações e iniciações.
Mucama de Santo
Pessoa que auxilia nos preparos e cuidados dentro do terreiro, garantindo que os rituais ocorram conforme a tradição.
Mukuiu
Saudação de origem Bantu usada para reverenciar os ancestrais e os Nkises, divindades cultuadas no Candomblé Angola.
Muzembela
Cerimônia realizada para selar pactos espirituais ou fortalecer a energia de uma pessoa dentro do Candomblé Angola.
N
Nanã Buruquê
Orixá da ancestralidade, da lama e das águas paradas. Nanã Buruquê representa a sabedoria, o renascimento e a passagem entre a vida e a morte. Seu culto está ligado à criação do ser humano e ao retorno ao mundo espiritual. No sincretismo, é associada a Santa Ana.
Nação
Termo utilizado no Candomblé para designar as diferentes tradições religiosas dentro da fé afro-brasileira. As principais nações são Ketu, Jeje, Angola, Congo e Ijexá, cada uma com suas particularidades litúrgicas e rituais.
Nagô
Termo utilizado para se referir aos povos iorubás trazidos ao Brasil. O Candomblé Nagô é um dos ramos mais influentes do culto aos Orixás.
Nama
Elemento ritualístico utilizado para limpeza espiritual e descarrego, podendo ser feito com folhas, velas e outros itens consagrados.
Nãnaê
Cântico tradicional dedicado a Nanã, entoado nos terreiros para invocar sua presença e sabedoria.
Nego Velho
Espírito ancestral presente na Umbanda, representando a sabedoria dos antigos africanos escravizados. O Nego Velho traz ensinamentos de humildade, fé e paciência, utilizando seu cachimbo e seu jeito sereno para aconselhar os consulentes.
Neto de Santo
Filho de um iniciado que também segue a tradição do Candomblé ou da Umbanda, mantendo a linhagem espiritual dentro da família.
Nganga
Sacerdote no Candomblé Angola, responsável pelos rituais, curas e pela condução espiritual do terreiro.
Nkisi (ou Inquice)
Divindades cultuadas no Candomblé Angola e Congo, equivalentes aos Orixás na tradição iorubá. Exemplos: Nzazi (Xangô), Kavungo (Obaluaiê), Ndandalunda (Oxum), Tempo (Iansã).
Noz de Cola
Fruto sagrado utilizado em rituais e oferendas para os Orixás. A noz de cola é empregada no jogo de adivinhação e como elemento de fortalecimento espiritual.
Nuvem de Obatalá
Expressão simbólica utilizada no Candomblé Ketu para se referir à leveza e à proteção espiritual concedida por Oxalá.
O
Obá
Orixá guerreira, associada à força feminina, à lealdade e ao poder estratégico. Obá é uma das esposas de Xangô, conhecida por sua coragem e determinação. No sincretismo, é relacionada a Santa Joana d’Arc. Suas oferendas incluem milho, feijão-fradinho e acaçá.
Obaluaiê
Orixá das doenças, da cura e da renovação. Obaluaiê é representado como um velho curvado, coberto por palha, simbolizando o mistério da vida e da morte. No sincretismo, é associado a São Lázaro. Suas oferendas incluem pipoca (doburu), milho e coco seco.
Obé
Faca ritualística utilizada no Candomblé para cortes sagrados e oferendas. O obé é consagrado e utilizado apenas por sacerdotes preparados para esse tipo de ritual.
Obi
Fruto sagrado utilizado em rituais de purificação e como oráculo para respostas rápidas dos Orixás. O jogo de obi é uma prática tradicional no Candomblé e na Umbanda.
Obori
Ritual de fortalecimento do Ori (cabeça/destino) de uma pessoa. O Obori alinha a energia da pessoa com seu Orixá protetor, promovendo equilíbrio espiritual.
Ocá
Parte do terreiro onde são guardadas as ferramentas e objetos sagrados dos Orixás e entidades espirituais.
Odú
Forças espirituais e caminhos do destino revelados pelo jogo de búzios ou pelo sistema oracular de Ifá. Existem 16 odús principais, que representam aspectos da vida e influências espirituais.
Oduduá
Divindade primária na cultura iorubá, considerada um dos criadores do mundo e associada à ancestralidade e ao mistério da criação. No Candomblé, é cultuado como um Orixá ligado a Oxalá.
Ofá
Arco e flecha sagrado de Oxóssi, Orixá da caça e do conhecimento. O Ofá representa proteção, foco e sabedoria.
Oferenda
Ritual no qual alimentos, bebidas, velas, perfumes e outros itens são oferecidos aos Orixás, Exus e entidades espirituais como forma de agradecimento, pedido ou fortalecimento do axé.
Ogã
Homem consagrado dentro do Candomblé que tem a função de proteger o terreiro e cuidar dos toques e cânticos rituais. O Ogã não incorpora, mas tem papel fundamental nas cerimônias.
Ogum
Orixá da guerra, da tecnologia e dos caminhos. Ogum é o senhor do ferro e das batalhas, sendo cultuado como protetor dos guerreiros e trabalhadores. No sincretismo, é associado a São Jorge. Suas oferendas incluem feijão, inhame e azeite de dendê.
Olorum
Divindade suprema na tradição iorubá, criador do universo e da vida. Olorum é o princípio absoluto, fonte de toda a energia e axé do mundo.
Olojá
Pessoa responsável pelo cuidado com os mercados sagrados e com os locais de comércio espiritual dentro da tradição do Candomblé.
Olorisha
Sacerdote ou sacerdotisa iniciado no culto aos Orixás dentro do Candomblé, com autorização para realizar rituais e orientar os filhos de santo.
Omiero
Água preparada com ervas sagradas, utilizada para banhos de purificação, limpeza espiritual e iniciações no Candomblé. O omiero carrega o axé das folhas e é essencial nos rituais.
Omolocô
Tradição religiosa afro-brasileira que mescla elementos do Candomblé e da Umbanda, enfatizando a incorporação de Orixás e entidades espirituais. O Omolocô preserva preceitos ancestrais e valoriza a natureza nos rituais.
Omolu
Outro nome para Obaluaiê, Orixá das doenças e da cura. Enquanto Obaluaiê representa a juventude do Orixá, Omolu é a forma mais velha e sábia da divindade.
Opará
Qualidade de Oxum, representando sua força guerreira e ligação com as águas agitadas. Oxum Opará tem traços semelhantes a Iansã, sendo ágil e determinada.
Orixá
Divindades cultuadas nas religiões de matriz africana, representando forças da natureza e aspectos da vida humana. Cada Orixá possui cores, elementos e símbolos específicos.
Ori
Palavra iorubá que significa “cabeça” e representa o destino e a individualidade espiritual de cada pessoa. No Candomblé, Ori é considerado um Orixá pessoal que guia a vida de cada indivíduo.
Orin
Cântico sagrado entoado nos rituais para invocar e louvar os Orixás. O Orin é fundamental para fortalecer a conexão espiritual e movimentar o axé.
Orun
Mundo espiritual onde habitam os Orixás e os ancestrais. O Orun é dividido em diferentes camadas, representando os diversos níveis de existência espiritual.
Orunmila
Orixá do conhecimento e da adivinhação, guardião do sistema de Ifá. Orunmila é responsável por revelar os caminhos do destino através dos odús e orientar a humanidade.
Osanyin (Ossain)
Orixá das folhas e das curas. Ossain detém o segredo das ervas medicinais e espirituais, sendo fundamental nos rituais de banhos, defumações e oferendas.
Osé
Ritual de limpeza e renovação do axé dentro do terreiro. O Osé pode ser realizado com folhas, banhos e defumações para afastar energias negativas.
Osun (Oxum)
Orixá das águas doces, do amor e da fertilidade. Oxum representa a beleza, a sensibilidade e a riqueza. No sincretismo, é associada a Nossa Senhora da Conceição. Suas oferendas incluem mel, frutas e espelhos.
Otá
Pedra sagrada utilizada nos assentamentos dos Orixás. Cada Otá carrega o axé e a força da divindade a que pertence.
Oxalá
Orixá maior do panteão iorubá, responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. Oxalá representa a paz, a pureza e a sabedoria. No sincretismo, é associado a Jesus Cristo. Suas cores são o branco e o prata.
Oxalufã
Forma idosa e serena de Oxalá, representando a paciência e a sabedoria do tempo. Oxalufã é o grande conselheiro e guardião da paz.
Oxaguiã
Forma jovem e guerreira de Oxalá, associado à inovação e à renovação espiritual. Oxaguiã carrega um pilão sagrado, símbolo da transformação.
Oxóssi
Orixá da caça, da fartura e do conhecimento. Oxóssi é um guardião das matas e dos caminhos espirituais, sendo sincretizado com São Sebastião. Suas oferendas incluem frutas, milho e mel.
Oxumaré
Orixá do arco-íris e do ciclo da vida. Oxumaré representa a continuidade, a prosperidade e o equilíbrio entre as forças opostas. No sincretismo, é associado a São Bartolomeu.
P
Paca
Animal associado a Oxóssi, Orixá da caça e da fartura. A paca representa agilidade e estratégia, sendo considerada um símbolo de sustento e sobrevivência.
Padê de Exu
Ritual de abertura realizado antes de qualquer cerimônia no Candomblé e na Umbanda. O Padê de Exu serve para saudar e agradar Exu, garantindo que o ritual ocorra sem interferências espirituais.
Pajelança
Prática espiritual de origem indígena, incorporada em algumas tradições afro-brasileiras, especialmente na Jurema Sagrada. A pajelança envolve o uso de ervas, rezas e invocações espirituais.
Palha de Costa
Material sagrado utilizado na vestimenta de alguns Orixás, especialmente Obaluaiê e Omolu. A palha de costa simboliza mistério, proteção e respeito às forças espirituais.
Palo Mayombe
Tradição espiritual afro-cubana com semelhanças ao Candomblé e à Quimbanda. O Palo Mayombe cultua espíritos da natureza e ancestrais através de assentamentos e rituais específicos.
Pano da Costa
Tecido tradicional africano usado nas vestimentas de sacerdotes e iniciados do Candomblé. O Pano da Costa também é utilizado em festas religiosas e representa a ligação com a ancestralidade.
Papagaio de Exu
Nome dado ao ritual de consulta direta com Exu, onde médiuns recebem mensagens e orientações espirituais por meio da incorporação.
Parafina de Santo
Velas consagradas utilizadas em rituais para iluminar caminhos, fortalecer pedidos e reforçar conexões espirituais.
Passe de Umbanda
Transmissão de energias curativas através das mãos de médiuns ou entidades espirituais. O passe ajuda na limpeza espiritual e no reequilíbrio energético do consulente.
Patacori
Ritual de fortalecimento e proteção espiritual, realizado para garantir que uma pessoa ou um ambiente esteja livre de influências negativas.
Patuá
Amuleto de proteção feito com tecidos, ervas e outros elementos sagrados. O patuá é preparado e consagrado para afastar más energias e atrair boas vibrações.
Pedra de Xangô
Rochas associadas ao Orixá Xangô, representando força, justiça e poder. Muitas dessas pedras são encontradas em cachoeiras e locais sagrados.
Pemba
Giz sagrado utilizado na Umbanda e na Quimbanda para traçar pontos riscados e firmar a energia de entidades espirituais. A pemba pode ser branca, vermelha, azul ou preta, dependendo do propósito do ritual.
Pembere
Saudação feita aos Orixás e entidades espirituais em momentos de reverência e invocação.
Peregun
Erva sagrada utilizada no Candomblé e na Umbanda para banhos de descarrego, oferendas e rituais de purificação.
Pinga de Exu
Bebida alcoólica oferecida em rituais para Exu e Pombagira, servindo como um elemento de fortalecimento energético.
Ponto Cantado
Cânticos sagrados entoados durante os rituais da Umbanda e do Candomblé. Cada ponto cantado possui uma vibração específica para invocar ou despedir entidades espirituais.
Ponto Riscado
Símbolo desenhado com pemba no chão ou em altares para identificar e firmar a presença de uma entidade espiritual.
Pombagira
Entidade feminina da linha de Exu na Umbanda e na Quimbanda. Pombagira é conhecida por sua força, sensualidade e poder sobre o destino e as relações humanas. Atua na abertura de caminhos, proteção e resolução de problemas amorosos e materiais.
Ponto de Força
Local sagrado onde a energia de um Orixá ou entidade espiritual se manifesta com mais intensidade. Pode ser uma cachoeira, mata, encruzilhada, praia ou pedreira.
Procissão de Iemanjá
Cortejo religioso realizado no dia 2 de fevereiro, onde devotos levam flores e oferendas para as águas em homenagem a Iemanjá, a mãe dos oceanos.
Preceito
Regras e obrigações espirituais que devem ser seguidas pelos filhos de santo e médiuns, incluindo jejuns, resguardos e práticas rituais.
Pretos-Velhos
Entidades espirituais da Umbanda, representando os ancestrais africanos escravizados que transmitem sabedoria, paciência e aconselhamento espiritual. São conhecidos por suas rezas, cachimbos e profundo conhecimento sobre ervas e curas.
Q
Quaresma na Umbanda
Período de resguardo e reflexão espiritual dentro da Umbanda e do Candomblé, geralmente seguindo o calendário cristão. Durante a Quaresma, algumas casas evitam certos rituais e oferendas, enquanto outras intensificam as práticas espirituais.
Quartinha
Pequeno vaso de barro ou louça onde é armazenada água consagrada para fortalecer o axé e a proteção espiritual de um filho de santo. Cada quartinha é consagrada ao Orixá regente da pessoa e deve ser mantida com respeito.
Quebranto
Termo utilizado para descrever uma influência negativa ou mau-olhado lançado sobre alguém. O quebranto pode ser afastado através de banhos de ervas, passes espirituais e rezas específicas.
Queima de Pemba
Ritual de transformação e libertação espiritual onde o pó da pemba (giz sagrado) é queimado para cortar energias negativas e abrir caminhos.
Quebra de Demanda
Trabalho espiritual realizado para remover influências negativas, feitiços ou amarrações. A quebra de demanda pode envolver oferendas, banhos de descarrego e defumações.
Quimbanda
Tradição espiritual afro-brasileira voltada ao culto de Exu e Pombagira, com práticas focadas na resolução de problemas materiais e espirituais. A Quimbanda é distinta da Umbanda, embora compartilhe algumas semelhanças.
Quimbundo
Língua africana falada por povos Bantu que influenciou muitos termos usados no Candomblé Angola e na cultura afro-brasileira.
Quinar
Termo usado em algumas casas de Umbanda para se referir ao ato de intensificar ou reforçar uma firmeza espiritual ou assentamento de entidades.
Quintanda
Mercado ou espaço dentro do terreiro onde são preparados e organizados os elementos rituais, como ervas, alimentos e bebidas para oferendas.
Quiriri
Silêncio ritualístico mantido em determinadas cerimônias espirituais. O quiriri simboliza respeito e concentração para a conexão com o plano espiritual.
R
Raiz de Santo
Termo usado para se referir à ligação espiritual e ancestral de um praticante com a sua tradição religiosa no Candomblé e na Umbanda. A raiz de santo determina a linhagem espiritual e a herança ritualística que um iniciado recebe.
Ramalhete de Ervas
Conjunto de ervas sagradas utilizadas para defumação, banhos de purificação e rituais de limpeza espiritual. O ramalhete de ervas é preparado de acordo com o Orixá ou entidade que rege o ritual.
Raspagem
Parte do processo de iniciação no Candomblé, onde o cabelo do iniciado é raspado como um sinal de renascimento espiritual e entrega ao Orixá. A raspagem é feita com muito respeito e simboliza a renovação do axé.
Recolhimento
Período de afastamento do cotidiano mundano que um filho de santo deve passar durante a iniciação no Candomblé. Durante o recolhimento, o iniciado aprende os fundamentos do culto e recebe a energia do seu Orixá.
Regência Espiritual
Influência direta de um Orixá ou entidade sobre a vida de uma pessoa ou de um determinado ciclo espiritual. A regência espiritual pode ser determinada por meio do jogo de búzios ou pela intuição dos sacerdotes.
Reinado de Iemanjá
Expressão utilizada para descrever o domínio das águas salgadas por Iemanjá, a mãe dos oceanos. Seu reinado se manifesta nas praias e no culto que recebe dos devotos.
Ritual de Amaci
Banho sagrado feito com ervas consagradas para purificação e fortalecimento dos médiuns e iniciados. O amaci é fundamental na Umbanda e no Candomblé, pois reforça a conexão com o Orixá de cabeça.
Ritual de Firmeza
Prática espiritual realizada para estabelecer e fortalecer a energia de um médium ou de um ambiente. A firmeza pode ser feita com velas, pembas, ervas e assentamentos específicos.
Rodante
Médium que possui facilidade para incorporar entidades espirituais. Na Umbanda, os rodantes são aqueles que entram em transe com rapidez durante as giras.
Rodar na Gira
Expressão usada para descrever o movimento de dança e incorporação dos médiuns durante os rituais da Umbanda. “Rodar na gira” significa estar em sintonia com a energia da entidade espiritual.
Ronco
Quarto sagrado dentro do terreiro onde ocorrem os recolhimentos e iniciações no Candomblé. O ronco é um local de aprendizado e fortalecimento do axé.
Roça de Santo
Outro nome dado ao terreiro de Candomblé, local onde são realizados os cultos e cerimônias aos Orixás.
Roncó
Outro nome para o quarto de santo, onde os filhos de santo ficam recolhidos durante o período de iniciação no Candomblé.
Roupas Brancas
Vestimenta tradicional usada nos rituais afro-brasileiros, representando pureza, proteção e respeito às divindades.
Ruído de Exu
Expressão usada para se referir aos sinais e manifestações espirituais de Exu, que podem ser percebidos por meio de fenômenos energéticos ou mensagens diretas.
S
Sacudimento
Ritual de limpeza espiritual no Candomblé e na Umbanda, realizado para afastar energias negativas e renovar o axé. O sacudimento pode ser feito com ervas, pemba, água sagrada e outros elementos ritualísticos.
Saída de Santo
Momento em que um iniciado no Candomblé completa seu período de recolhimento e é apresentado à comunidade religiosa, manifestando seu Orixá publicamente pela primeira vez.
Saudação aos Orixás
Palavras e expressões utilizadas para invocar e saudar os Orixás, como “Epá Babá!” (Oxalá), “Okê Arô!” (Oxóssi), “Eparrei!” (Iansã) e “Kaô Kabecilê!” (Xangô).
Segredo de Santo
Conhecimentos ritualísticos transmitidos apenas para os iniciados dentro do Candomblé. Os segredos de santo garantem a preservação da tradição e do axé.
Sessão de Caridade
Trabalho espiritual realizado na Umbanda, onde médiuns incorporam guias espirituais para aconselhar e ajudar os consulentes gratuitamente.
Samba de Caboclo
Ritmo e dança ritualística praticados em cultos afro-brasileiros, especialmente para saudar os Caboclos na Umbanda.
Santería
Religião afro-cubana derivada do culto aos Orixás trazidos pelos povos iorubás escravizados. A Santería tem semelhanças com o Candomblé, mas incorpora influências do catolicismo.
Santuário dos Orixás
Locais sagrados onde são feitas oferendas e louvações aos Orixás, podendo ser cachoeiras, pedreiras, florestas, praias e montanhas.
Sapucaia
Árvore sagrada associada a Oxóssi e usada em rituais de cura e fortalecimento espiritual.
Saravá
Saudação tradicional na Umbanda, expressando força, proteção e boas energias. O termo também pode ser usado para saudar guias espirituais e Orixás.
Segurança Espiritual
Proteção conferida por Exu, Pombagira e outras entidades para afastar influências negativas e garantir equilíbrio espiritual.
Senhores das Matas
Expressão usada para se referir a Oxóssi e aos Caboclos, entidades ligadas à natureza, à caça e ao conhecimento ancestral.
Sentinela Espiritual
Entidade que protege um médium ou um terreiro contra ataques espirituais e energias densas.
Sete Linhas da Umbanda
Divisão tradicional da Umbanda, representando as grandes forças espirituais:
- Linha de Oxalá (paz e sabedoria)
- Linha dos Caboclos (força e natureza)
- Linha dos Pretos-Velhos (sabedoria e humildade)
- Linha dos Marinheiros (movimento e equilíbrio)
- Linha dos Boiadeiros (proteção e coragem)
- Linha das Crianças (Erês) (alegria e pureza)
- Linha de Exu e Pombagira (caminhos e justiça)
Sete Ondas de Iemanjá
Ritual realizado na virada do ano, onde devotos pulam sete ondas no mar para saudar Iemanjá e pedir proteção e prosperidade.
Símbolos dos Orixás
Cada Orixá possui elementos e ferramentas sagradas que representam sua força e seus domínios na natureza e na vida humana. Esses símbolos são usados nos assentamentos, oferendas e rituais para canalizar suas energias.
- Exu: Tridente, chaves, caveira e pemba vermelha e preta
- Ogum: Espada, corrente, escudo e ferro
- Oxóssi: Ofá (arco e flecha), folhas e cabaça
- Xangô: Oxê (machado duplo), pedra, trovão e livros da justiça
- Iansã (Oyá): Eruexim (ventarola de crina de cavalo), espada e raio
- Obaluaiê / Omolu: Xaxará (cetro de palha), peneira e pipoca (doburu)
- Oxum: Espelho, abebé (leque dourado), rio e flores amarelas
- Iemanjá: Espelho, pente, conchas e barco
- Nanã Buruquê: Ibiri (cetro de folhas de palmeira), lama e jarro de barro
- Oxalá: Cajado (opaxorô), pomba branca e pano branco
- Oxaguiã: Pilão, espada e escudo
- Oxalufã: Cajado, pano branco e pomba
- Oxumaré: Serpente, arco-íris e cabaça
- Logunedé: Ofá (arco e flecha), espelho, anzol e dourado
- Obá: Escudo, espada e corrente
- Iroko: Árvore sagrada e correntes
- Ewá: Bastão branco, serpente e estrela
- Tempo (Kitembo): Relógio, bússola e estrela
- Ifá (Orunmila): Opelé (corrente de cauris), tabuleiro de divinação e noz de cola
Esses símbolos dos Orixás são essenciais para representar seus domínios e características, sendo utilizados nos assentamentos e em diversas práticas rituais dentro do Candomblé e da Umbanda.
Sincretismo Religioso
Fusão de elementos das religiões afro-brasileiras com o catolicismo, originado pela necessidade de ocultar o culto aos Orixás durante a escravidão.
Soprar a Vela
Na Umbanda e no Candomblé, não se deve soprar velas rituais, pois acredita-se que isso pode dispersar a energia e o axé da oferenda.
Sossego de Santo
Período de resguardo espiritual que um filho de santo deve cumprir após uma obrigação ou iniciação.
Sustentação de Terreiro
Conjunto de práticas e cuidados espirituais para manter o axé e a harmonia do terreiro.
T
Tabuleiro de Ifá
Objeto sagrado utilizado no culto de Ifá para o jogo de búzios e consultas oraculares. O tabuleiro, chamado de Opon Ifá, é onde os sacerdotes desenham os símbolos dos Odús para interpretar a mensagem de Orunmila.
Tambores Sagrados
Instrumentos musicais usados nos rituais do Candomblé e da Umbanda para invocar e louvar os Orixás e entidades espirituais. Os atabaques são os mais comuns e devem ser consagrados antes do uso.
Tambor de Mina
Tradição religiosa afro-brasileira praticada principalmente no Maranhão, unindo elementos do Candomblé, da Umbanda e do culto da Jurema. O Tambor de Mina cultua voduns, Orixás e encantados.
Tangolomango
Expressão usada para se referir a espíritos zombeteiros ou entidades maliciosas que tentam confundir médiuns e consulentes.
Tata
Título dado aos sacerdotes do Candomblé Angola. O Tata Nkisi é o responsável pelos rituais e ensinamentos dentro do terreiro.
Tauá
Palavra de origem indígena usada em alguns terreiros para se referir a certos tipos de oferendas e objetos ritualísticos.
Tempo (Kitembo)
Inquice cultuado no Candomblé Angola associado à passagem do tempo e ao destino. No Candomblé Ketu, é relacionado a Iroko.
Terreiro
Local sagrado onde são realizados os cultos aos Orixás e entidades espirituais no Candomblé e na Umbanda. Também chamado de Ilê Axé ou Roça de Santo.
Terno de Reis
Festa popular com influência afro-brasileira e católica, onde grupos cantam e dançam em homenagem aos Três Reis Magos, sendo incorporada em alguns terreiros como celebração espiritual.
Testa de Santo
Expressão usada para se referir à mediunidade de uma pessoa, indicando sua sensibilidade espiritual e a força de seu Orixá de cabeça.
Tiriri
Nome de um Exu muito cultuado dentro da Umbanda e da Quimbanda, conhecido por sua rapidez e energia ativa na resolução de demandas espirituais.
Tobossis
Cânticos e danças ritualísticas realizadas em homenagem aos Nkises no Candomblé Angola e Congo.
Toque de Atabaque
Ritmo sagrado utilizado para chamar os Orixás e guias espirituais durante os rituais. Cada Orixá possui um toque de atabaque específico, como Ijexá para Oxum e Alujá para Xangô.
Tranca-Rua
Exu muito respeitado na Umbanda e na Quimbanda, conhecido como guardião das encruzilhadas e das portas espirituais. Exu Tranca-Rua trabalha abrindo e fechando caminhos de acordo com a justiça divina.
Tronqueira
Local dentro do terreiro onde ficam assentados os Exus e Pombagiras. A tronqueira é uma área de proteção e segurança espiritual do espaço sagrado.
Trovoada de Xangô
Manifestação da energia de Xangô, Orixá dos raios e trovões. A trovoada simboliza justiça, poder e equilíbrio.
Turíbulo
Recipiente usado para queimar ervas e resinas em defumações e rituais de limpeza espiritual.
Tutu de Santo
Expressão que se refere ao axé (força espiritual) de um filho de santo, indicando sua conexão com seu Orixá.
U
Ubanda
Nome antigo da Umbanda, utilizado em algumas tradições para se referir às primeiras manifestações da religião no Brasil.
Umbandista
Praticante da Umbanda, religião que une influências africanas, indígenas e espíritas. Os umbandistas trabalham com entidades espirituais como Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus e Pombagiras.
Umbanda
Religião brasileira de matriz africana que cultua entidades espirituais e Orixás. A Umbanda busca equilíbrio entre a luz e a sombra, promovendo caridade, desenvolvimento mediúnico e cura espiritual.
Umbanda Esotérica
Vertente da Umbanda que enfatiza o estudo profundo da espiritualidade, utilizando princípios do esoterismo, astrologia e alquimia em seus rituais.
Umbanda Sagrada
Linha de Umbanda que une elementos do Candomblé, do espiritismo kardecista e da cabala, enfatizando a evolução do espírito.
Umbandão
Nome popular dado a uma vertente da Umbanda mais próxima do Candomblé, com toques de atabaque e culto mais estruturado aos Orixás.
Unção de Santo
Ritual de consagração onde um filho de santo recebe óleos, ervas ou pós sagrados sobre sua cabeça para reforçar sua conexão com seu Orixá.
Urucum
Semente vermelha usada em pinturas rituais e em oferendas, especialmente em cultos a Iansã e Exu, devido à sua cor vibrante e força energética.
Urupema
Peneira sagrada utilizada em rituais para filtrar elementos e representar a separação do material e do espiritual.
V
Vara de Ogum
Objeto simbólico associado ao Orixá Ogum, representando sua força e determinação. A vara de Ogum é utilizada em alguns rituais para abrir caminhos e remover obstáculos espirituais.
Vasos Sagrados
Recipientes consagrados onde são guardadas as oferendas e assentamentos dos Orixás e entidades espirituais. Cada vaso sagrado contém elementos que reforçam o axé da divindade a que pertence.
Vela de Firmeza
Vela acesa com um propósito espiritual específico, como proteção, abertura de caminhos ou fortalecimento da conexão com guias e Orixás. A vela de firmeza é um ponto de contato entre o mundo material e espiritual.
Velas de Exu
Velas de cores específicas utilizadas para firmar e invocar a energia de Exu e Pombagira. Geralmente, são vermelhas e pretas, simbolizando movimento, transformação e proteção.
Ventania de Iansã
Expressão que simboliza a força e a rapidez de Iansã, Orixá dos ventos e das tempestades. Quando um vento forte surge durante rituais ou momentos espirituais, é considerado um sinal da presença dessa divindade.
Vereda Espiritual
Caminho de aprendizado e evolução dentro da espiritualidade afro-brasileira, percorrido pelos filhos de santo e médiuns ao longo de suas jornadas espirituais.
Vestes de Santo
Roupas rituais utilizadas nos cultos aos Orixás e entidades espirituais, como os panos brancos de Oxalá e as vestes coloridas específicas de cada divindade.
Vibração dos Orixás
Energia irradiada por cada Orixá, influenciando a vida dos seus filhos e do ambiente ao redor. A vibração dos Orixás pode ser percebida em rituais, cantigas e incorporações.
Viração
Mudança súbita na energia espiritual de uma pessoa ou ambiente, podendo ser positiva ou negativa. A viração pode indicar a necessidade de rituais de equilíbrio e proteção.
Viração de Guia
Momento em que um médium recebe a influência de uma entidade ou Orixá, preparando-se para a incorporação ou a transmissão de mensagens espirituais.
Visão Mediúnica
Capacidade de enxergar planos espirituais, entidades e energias invisíveis aos olhos comuns. A visão mediúnica é uma faculdade desenvolvida por alguns médiuns na Umbanda e no Candomblé.
Vodu
Tradição espiritual africana originária do Benin e do Haiti, com algumas semelhanças ao Candomblé Jeje. O Vodu cultua os Lwas, que são divindades semelhantes aos Orixás.
W
Waji
Termo de origem iorubá que significa “olhar” ou “visão”. Em contextos espirituais, pode se referir à percepção mediúnica ou à clareza espiritual adquirida através dos rituais.
Wa Mimo
Expressão em iorubá que significa “Venha a pureza” ou “Seja sagrado”. É utilizada em saudações e invocações dentro de rituais do Candomblé.
Wanga
Palavra de origem Bantu que significa “feitiço” ou “encantamento”. O wanga pode ser um amuleto, um patuá ou uma fórmula mágica utilizada para proteção ou atração de boas energias.
Watapá
Prato típico da culinária afro-brasileira feito com pão, azeite de dendê e amendoim. O watapá é frequentemente oferecido a Oxum e Iemanjá em rituais de agradecimento e prosperidade.
Wemilere
Nome dado ao festival de louvor aos Orixás dentro do Candomblé. O wemilere envolve cânticos, danças e oferendas, sendo um momento de grande celebração e fortalecimento espiritual.
Winzô
Termo utilizado no Candomblé Angola para se referir ao espírito ancestral que guia um iniciado em sua jornada espiritual.
X
Xangô
Orixá da justiça, do trovão e das pedreiras. Xangô é associado ao equilíbrio, à sabedoria e ao poder. Seu símbolo é o Oxê, um machado duplo que representa sua autoridade e imparcialidade. No sincretismo, é relacionado a São Jerônimo ou São João Batista.
Xapanã
Nome pelo qual Obaluaiê e Omolu são conhecidos em algumas tradições africanas. Xapanã é o senhor da varíola, das doenças e da cura, sendo reverenciado com grande respeito.
Xaxará
Cetro ritualístico feito com palha da costa e sementes, utilizado por Obaluaiê e Omolu para espalhar o axé e trazer cura e proteção espiritual.
Xêro
Termo utilizado em algumas casas de Candomblé para se referir à energia ou ao axé de uma pessoa ou de um ritual.
Xetruá
Saudação utilizada para algumas entidades espirituais da linha dos Caboclos na Umbanda.
Xibata de Xangô
Símbolo de autoridade e disciplina associado a Xangô. Representa a força da lei e da justiça aplicada com equilíbrio.
Xirê
Festa em homenagem aos Orixás no Candomblé, onde se entoam cânticos e são realizados toques de atabaques para cada divindade. O Xirê é uma celebração sagrada de louvor e agradecimento.
Xodó de Pombagira
Expressão usada para se referir ao carinho e à atenção que a entidade Pombagira pode demonstrar a seus protegidos e devotos.
Xoroquê
Qualidade de Exu, representando sua força de comunicação e ligação entre o mundo espiritual e o material. Exu Xoroquê tem traços que combinam aspectos de Exu e de Ogum, sendo um guerreiro espiritual.
Xotô
Qualidade de Xangô, relacionada à sua energia de justiça e ao equilíbrio entre força e sabedoria.
Y
Yabá
Termo usado para se referir às Orixás femininas, como Oxum, Iemanjá, Iansã, Obá, Ewá e Nanã. As Yabás representam os diferentes aspectos da força feminina dentro das religiões afro-brasileiras.
Yemanjá
Outra grafia para Iemanjá, Orixá dos mares, mãe da fertilidade e protetora dos lares e das famílias.
Yemanjá Ogunté
Qualidade de Iemanjá que possui forte ligação com Ogum, sendo guerreira e determinada.
Yemanjá Saba
Outra qualidade de Iemanjá, mais velha e serena, ligada à profundidade do oceano e à sabedoria ancestral.
Yemanjá Assay
Aspecto de Iemanjá voltado à maternidade e ao acolhimento.
Yê-Yê Ô
Saudação sagrada para Oxum, significando “Salve a Mãe das Águas Doces!”.
Yin e Yang na Umbanda
Conceito oriental adaptado por algumas vertentes espiritualistas para explicar o equilíbrio das energias de Exu e Pombagira, representando a dualidade e a harmonia dos opostos.
Yorubá
Etnia e cultura africana originária da Nigéria, Benin e Togo, cujas crenças deram origem ao Candomblé Ketu e ao culto aos Orixás no Brasil. O idioma iorubá é preservado em cânticos e rezas dentro dos terreiros.
Z
Zambi
Nome utilizado no Candomblé Angola e Congo para se referir a Deus, o criador supremo. Zambi é a energia divina que rege todo o universo e está acima dos Nkises (divindades angolanas).
Zambyapunga
Espíritos ancestrais cultuados no Candomblé Angola, associados à natureza e à proteção espiritual.
Zelador de Santo
Sacerdote responsável pela condução espiritual e administrativa de um terreiro de Candomblé. No caso de uma mulher, recebe o título de Mãe de Santo (Iyalorixá), e no caso de um homem, Pai de Santo (Babalorixá).
Zelamento Espiritual
Processo de acompanhamento e cuidado espiritual realizado por um Zelador de Santo para guiar um filho de santo em sua jornada dentro da religião.
Zelo pelo Axé
Prática de preservação e respeito pelo axé (energia sagrada) dentro de um terreiro, garantindo que todas as obrigações e rituais sejam feitos corretamente.
Zepelim de Oxóssi
Expressão usada para descrever a leveza e a agilidade dos filhos de Oxóssi, que sempre buscam novos caminhos e conhecimento.
Zé Pelintra
Entidade da linha dos Malandros na Umbanda, conhecida por sua esperteza, lealdade e habilidade em lidar com desafios espirituais e materiais. Zé Pelintra é um grande protetor e guia dos que precisam de ajuda em suas jornadas.
Zimba
Força espiritual que representa transformação e movimento dentro dos rituais do Candomblé e da Umbanda.
Ziriguidum
Expressão utilizada para descrever a cadência e o ritmo dos atabaques nos rituais afro-brasileiros. O ziriguidum faz parte da musicalidade que envolve o axé dos Orixás.
Zodíaco Afro-Brasileiro
Interpretação espiritual que relaciona os signos astrológicos com os Orixás, associando características pessoais às influências divinas.
Ton Rodrigues
Estudante de jornalismo, pai de 3 crianças e pintor amador nas horas vagas. Leitor voraz e apaixonado pela música, mas nunca correspondido. Nascido em terreiro de Umbanda, estudioso do Candomblé.
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