Nagô, Keto e Angola: conheça as nações do Candomblé e suas tradições ancestrais

Descubra as diferenças entre as nações Nagô, Keto e Angola no Candomblé, religião afro-brasileira que preserva tradições ancestrais.
Nagô, Keto e Angola: conheça as nações do Candomblé e suas tradições ancestrais
Foto: Era Sideral / Direitos Reservados

O Candomblé, religião afro-brasileira com raízes africanas, reúne um mosaico de tradições, crenças e rituais. Entre as diversas nações que o compõem, Nagô, Keto e Angola se destacam por suas particularidades e influências históricas. Cada uma delas mantém elementos culturais de suas origens e contribui para a diversidade dessa religião.

A origem africana e a diáspora

Pois o Candomblé surgiu no Brasil a partir da diáspora africana. Milhões de africanos escravizados trouxeram suas tradições religiosas, que se mesclaram e se adaptaram ao novo ambiente. Esse processo resultou na formação das diferentes nações dentro da religião, cada uma preservando traços de sua cultura de origem.

Nagô: a força dos orixás iorubás

A nação Nagô, também chamada de Iorubá, tem origem na Nigéria e no Benin. O povo Iorubá cultuava os orixás, divindades ligadas à natureza e aos ancestrais. No Brasil, essa tradição se manteve viva, com a forte presença de orixás como Xangô, Ogum, Oxum e Iemanjá nos rituais.

  • Terreiros reconhecidos: Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho), Ilê Axé Opô Afonjá, Gantois.
  • Líderes religiosos importantes: Iyá Nassô, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi.

Keto: a preservação das tradições

A nação Keto, originária da cidade de Ketu, no Benin, mantém grande fidelidade às práticas africanas. Seus rituais valorizam a hierarquia e a ancestralidade, enquanto os cânticos e orações preservam a língua iorubá. A devoção aos orixás acontece com profundo respeito e seguindo costumes tradicionais.

  • Terreiros reconhecidos: Ilê Maroiá Laji (Terreiro do Alaketo), Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho).
  • Líderes religiosos importantes: Iyá Nassô, Mãe Senhora de Oxum Muiuá, Mãe Olga de Alaketo.

Angola: a influência dos povos bantu

A nação Angola tem origem nos povos bantu de Angola, Congo e Moçambique. Seus rituais cultuam os inquices, divindades da natureza e dos ancestrais. No Brasil, essa tradição se adaptou ao contexto local, incorporando elementos de outras nações e do catolicismo popular. Algumas comunidades ainda preservam a língua quimbundo nos cânticos.

  • Terreiros reconhecidos: Tumba Junsara, Nzo Tumbansi, Nzo Gundú.
  • Líderes religiosos importantes: Tata Anselmo Mendes, Tata Gainzá, Mam’etu Riá Lembá.

Semelhanças e diferenças entre as nações

Apesar das diferenças em rituais e origens, as nações Nagô, Keto e Angola compartilham crenças essenciais. Contudo, todas reconhecem um Deus supremo, valorizam a ancestralidade e utilizam cânticos e rituais para se conectar com o sagrado. O culto aos orixás e inquices se mantém como um elo entre a tradição africana e a prática religiosa no Brasil.

O Candomblé hoje

Em suma, o Candomblé continua vivo e dinâmico. As diferentes nações preservam suas tradições enquanto dialogam com a sociedade e outras religiões. Embora tenha raízes profundas, essa religião se adapta aos novos tempos sem perder sua essência.

Portanto, quem deseja conhecer mais sobre o Candomblé pode visitar um terreiro e conversar com zeladores de santo. Pois essa experiência proporciona um contato direto com os rituais e as crenças dessa tradição ancestral.

Ton Rodrigues

Estudante de jornalismo, pai de 3 crianças e pintor amador nas horas vagas. Leitor voraz e apaixonado pela música, mas nunca correspondido. Nascido em terreiro de Umbanda, estudioso do Candomblé.

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