Templo de Umbanda é reconhecido como patrimônio histórico de São Paulo

O Templo Espiritualista de Umbanda São Benedito torna-se o primeiro terreiro de umbanda tombado como patrimônio histórico de São Paulo.
Templo de Umbanda é reconhecido como patrimônio histórico de São Paulo
Foto: Canva

O Templo Espiritualista de Umbanda São Benedito, localizado em Pinheiros, tornou-se oficialmente o primeiro terreiro de umbanda reconhecido como patrimônio histórico da cidade de São Paulo. A decisão, aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp), representa um marco na valorização das tradições afro-brasileiras e da religiosidade popular.

Fundado em 1988, o templo é considerado um guardião das tradições umbandistas, abrigando há décadas rituais, atendimentos espirituais e práticas que integram a memória cultural do bairro de Pinheiros. Com o tombamento, o espaço físico e as manifestações religiosas passam a ter proteção legal, impedindo ações que possam levar à descaracterização ou ao despejo.

Critérios técnicos para o tombamento

O Conpresp adotou critérios técnicos inéditos para o reconhecimento de templos ligados a tradições afro-brasileiras. Essa iniciativa busca garantir que o valor histórico e simbólico desses espaços seja avaliado de forma justa, sem depender apenas da boa vontade política. A medida também reforça a importância de políticas públicas voltadas à preservação da diversidade religiosa e cultural da cidade.

O tombamento do Templo São Benedito é mais do que um ato burocrático: trata-se de uma reparação simbólica e histórica. Por muito tempo, terreiros de umbanda e candomblé foram invisibilizados nas políticas de preservação patrimonial. Agora, o reconhecimento institucional abre caminho para que outros espaços religiosos de matriz africana também tenham seu valor histórico e espiritual reconhecido oficialmente.

Uma vitória da fé e da resistência

O ato do Conpresp consolida um processo de resistência e afirmação cultural. O Templo São Benedito é um espaço onde a espiritualidade, a ancestralidade e o acolhimento coexistem, servindo como referência para a comunidade umbandista e para todos que reconhecem o papel das religiões de matriz africana na formação da identidade brasileira.

Com o reconhecimento do terreiro como patrimônio histórico, São Paulo dá um passo importante no combate à intolerância religiosa e no fortalecimento do respeito à pluralidade espiritual. A medida cria um precedente para que a preservação dos espaços sagrados afro-brasileiros seja vista como parte integrante da história da cidade e da construção de um futuro mais inclusivo.

FAQ sobre o tombamento do Templo São Benedito

Por que o Templo de Umbanda São Benedito foi tombado?
O templo foi reconhecido por sua importância histórica, cultural e religiosa, representando décadas de preservação das tradições umbandistas e do patrimônio imaterial afro-brasileiro em São Paulo.

O que significa tombamento para um terreiro de umbanda?
O tombamento garante proteção legal ao espaço físico e às práticas religiosas realizadas nele, impedindo o despejo, a descaracterização ou qualquer ação que ameace sua integridade espiritual e cultural.

Quem aprovou o tombamento do Templo São Benedito?
A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conpresp, o conselho municipal responsável pela preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo.

Há outros terreiros tombados em São Paulo?
O Templo São Benedito é o primeiro terreiro de umbanda a ser tombado na capital paulista. No entanto, o novo conjunto de critérios técnicos adotados pelo Conpresp pode permitir que outros templos também sejam reconhecidos no futuro.

Qual é o impacto desse tombamento para a sociedade?
O reconhecimento reforça o combate à intolerância religiosa e valoriza a contribuição das religiões afro-brasileiras para a cultura e a identidade nacional, promovendo respeito, diversidade e inclusão.

Rogério Victorino

Jornalista especializado em entretenimento. Adora filmes, séries, decora diálogos, faz imitações e curte trilhas sonoras. Se arriscou pelo turismo, estilo de vida e gastronomia.

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