3I/ATLAS: o cometa interestelar que desafia a ciência e a imaginação humana

3I/ATLAS, o terceiro cometa interestelar já descoberto, mistura ciência, mistério, ufologia e espiritualidade em sua breve passagem pelo Sistema Solar.
3I ATLAS: o cometa interestelar que desafia a ciência e a imaginação humana
Foto: Growing Tail of Interstellar Comet 3I-ATLAS / WikiCommons

Em 1º de julho de 2025, um telescópio do projeto Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), no Chile, registrou um objeto luminoso se aproximando do Sistema Solar. Poucas semanas depois, confirmava-se algo extraordinário: tratava-se do C/2025 N1 (3I/ATLAS), o terceiro corpo interestelar já detectado pela humanidade.

Antes dele, apenas 1I/‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019) haviam cruzado nossos céus vindos de fora. Agora, o 3I/ATLAS surge como uma nova celebridade cósmica, trazendo consigo tanto respostas científicas quanto mistérios que ultrapassam os limites da astronomia.

O que a ciência já descobriu

Desde sua identificação, o 3I/ATLAS tem se mostrado um laboratório vivo de outro sistema estelar. Observações do James Webb Space Telescope (JWST) revelaram que sua coma é dominada por dióxido de carbono (CO₂), com uma proporção de CO₂/H₂O jamais vista. Isso significa que ele pode ter se formado em regiões muito frias, próximas à “linha de gelo” do CO₂ em seu sistema de origem.

Além disso, imagens pré-descoberta do satélite TESS mostraram que o cometa já estava ativo a mais de 6,4 UA do Sol — quando ainda se encontrava além da órbita de Júpiter. Essa atividade precoce sugere a presença de voláteis extremamente leves, como CO e CO₂, capazes de sublimar em temperaturas baixíssimas.

Outro dado impressionante veio de estudos polarimétricos: a luz refletida pelo cometa apresenta um ramo de polarização negativa profunda e estreita, com valores nunca vistos em cometas do Sistema Solar. Isso sugere que a poeira do 3I/ATLAS possui propriedades únicas, seja em tamanho, composição ou estrutura cristalina.

Brilho verde e cauda misteriosa

Durante o eclipse lunar total de setembro, imagens captadas mostraram um brilho verde-azulado emanando da coma do 3I/ATLAS. Normalmente, essa coloração está ligada à presença de moléculas de dicarbono (C₂), mas até agora não foi confirmada nas análises espectroscópicas.

O fenômeno abriu espaço para duas leituras: ou o cometa contém moléculas ainda não identificadas, ou está emitindo luz por mecanismos químicos pouco conhecidos. Seja como for, sua aparência reforça a aura de mistério que envolve esse visitante interestelar.

Comparações com ‘Oumuamua e Borisov

A humanidade já havia se surpreendido com visitantes anteriores:

  • ‘Oumuamua (2017): um corpo alongado, sem coma visível, que gerou debates sobre sua origem e até sobre a possibilidade de ser um artefato alienígena.
  • 2I/Borisov (2019): mais parecido com os cometas tradicionais, mas ainda assim interestelar, confirmando que não estamos isolados.

O 3I/ATLAS combina características de ambos: como Borisov, mostra uma coma ativa; mas como ‘Oumuamua, traz comportamentos estranhos e anomalias que não se encaixam nos padrões conhecidos.

A hipótese da nave interestelar

Não demorou para que surgissem comparações com a polêmica de ‘Oumuamua. O astrônomo Avi Loeb já declarou que há a “possibilidade” de o 3I/ATLAS ser uma nave ou sonda alienígena disfarçada. A hipótese se apoia em três fatores:

  1. Atividade precoce incomum — sinais de liberação de gases muito longe do Sol.
  2. Polarização da luz anômala — sem paralelo entre cometas já estudados.
  3. Trajetória interestelar única — uma visita de passagem, como se fosse programada.

Por outro lado, a NASA e outras agências reforçam que até agora não há nenhuma evidência de artificialidade. Para a comunidade científica, os dados podem ser explicados por um cometa natural formado em condições diferentes das que conhecemos.

Mas, no campo da ufologia e da imaginação popular, a possibilidade de uma nave cósmica camuflada permanece viva.

O olhar espiritual e esotérico

Na história humana, cometas sempre foram vistos como presságios e mensageiros divinos. O fato de o 3I/ATLAS vir de fora do Sistema Solar amplifica sua simbologia: ele representa a chegada de algo além dos limites humanos, um sinal de que estamos sendo lembrados da vastidão do Universo.

O suposto brilho verde pode ser interpretado como energia ligada ao chakra cardíaco, símbolo de cura, equilíbrio e compaixão. Sua passagem coincide com um momento histórico de crise planetária, e pode ser lida como um convite cósmico à renovação coletiva.

Impacto cultural e arquétipo cósmico

Mais do que dados científicos, o 3I/ATLAS já desperta narrativas: é visto como o estrangeiro cósmico, o arquétipo do viajante interestelar que chega para desafiar nossas certezas. No imaginário popular, ele evoca tanto a esperança de contato com outras civilizações quanto o medo do desconhecido.

Essa fusão de ciência, mito e espiritualidade é o que transforma o 3I/ATLAS em celebridade cósmica, capaz de unir especialistas e leigos em torno do mesmo céu.

Quando veremos o cometa

O periélio, ponto de maior aproximação do Sol, ocorrerá em 29 de outubro de 2025, a cerca de 1,4 UA. Nesse período, o cometa deve apresentar uma cauda mais intensa e poderá ser observado em telescópios amadores. Após isso, desaparecerá no espaço profundo, seguindo sua rota interestelar sem nunca mais retornar. Sua visita é única, e cada observação feita nos próximos meses será um registro histórico.

FAQ sobre o cometa 3I/ATLAS

O que significa 3I/ATLAS?
“3I” indica que é o terceiro objeto interestelar registrado. “ATLAS” é o projeto que fez a descoberta.

O 3I/ATLAS pode ser visto a olho nu?
Ainda não, mas pode se tornar visível em telescópios em outubro de 2025.

Há risco de colisão com a Terra?
Não. O cometa apenas cruzará o Sistema Solar e seguirá viagem.

Ele pode ser uma nave alienígena?
Alguns astrônomos, como Avi Loeb, levantam essa hipótese. Mas a maioria da comunidade científica considera tratar-se de um cometa natural.

Qual a diferença entre 3I/ATLAS e ‘Oumuamua?
‘Oumuamua não mostrou coma e parecia um asteroide alongado. O 3I/ATLAS é ativo, com cauda e gases detectáveis.

Redação Sideral

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