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Natal no islamismo: o papel de Jesus como profeta e a interação cultural
No islamismo, Jesus (“Isa”, em árabe) é reconhecido como um dos grandes profetas, mas seu nascimento não é comemorado religiosamente, como ensinado no Alcorão. A Surata 19, intitulada “Maryam”, detalha a concepção milagrosa de Jesus por Maria (“Maryam”) e enfatiza seu papel como mensageiro de Deus.
Os versículos 16-34 descrevem como Maria recebeu a mensagem divina por meio do anjo Gabriel, deu à luz sob uma tamareira e foi confortada pela intervenção de Deus. Esses eventos ressaltam a importância de Jesus no Islã, mas de forma diferente das tradições cristãs. O Alcorão também relata milagres atribuídos a Jesus, como curar os cegos e leprosos e dar vida aos mortos, sempre com a permissão de Deus.
A figura de Jesus no Islã é central para o diálogo inter-religioso. Diferentemente da visão cristã, que o reconhece como filho de Deus, os muçulmanos o veem como um profeta enviado para guiar o povo de Israel e confirmar as escrituras anteriores, como a Torá.
Valores compartilhados: paz, generosidade e união
Embora não celebrem o Natal de forma religiosa, os muçulmanos compartilham muitos dos valores associados a essa data. A paz, a generosidade e a união são princípios também fundamentais no Alcorão. Durante o Natal, é comum que muçulmanos em países de maioria cristã demonstrem respeito pela tradição, participando de algumas festividades de forma cultural.
Em famílias ou comunidades mistas, o Natal pode ser visto como uma oportunidade para reforçar laços sociais, praticar a generosidade e celebrar a união, sem que isso signifique comprometer suas próprias crenças. Muitas vezes, essa participação envolve a troca de presentes ou a presença em eventos sociais, sem qualquer envolvimento religioso.
Interação cultural
Muçulmanos que vivem em comunidades multiculturais frequentemente experimentam o Natal como uma experiência cultural,. Esse contato ajuda a fortalecer o respeito mútuo e a compreensão entre diferentes grupos religiosos. Em países ocidentais, é comum que escolas, empresas e vizinhanças multiculturais promovam celebrações inclusivas, permitindo que pessoas de diversas fés participem e compartilhem valores universais.
Por exemplo, é comum que muçulmanos ajudem vizinhos cristãos com decorações natalinas ou participem de jantares e encontros festivos, promovendo a harmonia social. Essas interações criam espaços de convivência harmônica, promovendo a tolerância e o diálogo inter-religioso.
Respeito e diversidade
O Islã enfatiza o respeito por outras fés e pela diversidade religiosa. No caso do Natal, esse respeito é ampliado pela posição singular de Jesus no Alcorão, que destaca sua missão como profeta enviado por Deus. Para os muçulmanos, celebrar a diversidade religiosa é uma forma de reafirmar os valores de tolerância e compaixão ensinados pelo Alcorão.
Historicamente, o respeito inter-religioso no Islã também se reflete em episódios como a Convivência na Península Ibérica, onde muçulmanos, cristãos e judeus coexistiram por séculos, trocando influências culturais e intelectuais.
Natal e o Islamismo
Embora o Natal não faça parte das práticas religiosas do islamismo, sua mensagem de paz e união ressoa com os valores muçulmanos. Em comunidades multiculturais, o Natal pode ser uma ocasião para fortalecer relações e celebrar valores universais, promovendo um diálogo inter-religioso baseado no respeito e na harmonia.
Redação Sideral
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