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Filosofia Analítica: Os 10 mandamentos de Bertrand Russell
Quando refletimos sobre as relações humanas, fica evidente porque alguns temas são recorrentes nos ensinamentos e nas indicações de mestres, professores, lideres e deidades. As adversidades advindas do eu interior e adocicadas com uma boa dose do ego, tem o poder de azedar qualquer amizade ou entornar qualquer vaso já repleto de ressentimento e dor. Dentre os liberalistas mais famosos, Bertrand Russell através de sua filosofia analítica estabeleceu seus 10 mandamentos contrários a qualquer forma de “entreguismo”.
- Não se sinta absolutamente certo de nada.
- Não pense que vale a pena produzir crença através da ocultação de evidências, pois as evidências certamente virão à luz.
- Nunca tente desencorajar o pensamento, pois você certamente será bem-sucedido.
- Quando você se deparar com oposição, mesmo que seja da parte de seu marido ou de seus filhos, dedique-se a vencê-la com argumentos e não com autoridade, pois uma vitória que depende apenas da autoridade é irreal e ilusória.
- Não respeite a autoridade, pois sempre haverá outras autoridades com opiniões contrárias.
- Não use o poder para suprimir opiniões que você acha perniciosas, pois se você o fizer, as opiniões suprimirão você.
- Não tenha medo de ter opiniões excêntricas, pois cada opinião hoje aceita já foi excêntrica um dia.
- Encontre mais prazer no dissenso inteligente que no consenso passivo, pois se você valorizar a inteligência como deveria, o primeiro implica uma concordância mais profunda que o segundo.
- Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo quando a verdade for inconveniente, pois é mais inconveniente quando você tenta escondê-la.
- Não tenha inveja da felicidade dos que vivem em um paraíso de tolos, pois apenas um tolo pensaria que aquilo é felicidade.
Tradução: Cynthia Feitosa.
Mas o que a espiritualidade como um todo pode nos dizer a respeito?
Se adaptar as condições e circunstâncias existenciais é uma ação natural e inerente a qualquer ser vivente, mas não livre de experimentar medos, angustias e o tão comentado e famigerado estresse físico-emocional. Este é o resultado dessa resposta culinária neurológica química em nosso organismo, muitas vezes se acumulando e desenvolvendo em doenças degenerativas. Ou seja, atrapalhando a relação entre dois dos pilares fundamentais da vida: o corpo e a mente. E como fica o terceiro, o espírito? Como não existe subdivisão do todo, o espírito se desconecta impossibilitado à determinação em sua jornada evolutiva, recebendo apenas os mesmos estímulos de fuga e estagnação.
A espiritualidade orienta que para se “limpar” desse subtrato indesejado é necessário se inverter o trafego da comunicação, que a oferta esta nos caminhos interiores para reequilibrar e fortalecer os pilares exteriores. Utilizando um sentido figurado, imaginemos o sistema nervoso com suas vias que vão das extremidades ate o núcleo central, que recebe um estímulo e desencadeia uma resposta contrária imediata, determinando a ação contrária. Quando o núcleo fica comprometido pelos estímulos, ele se excede em sua atividade e vai se desgastando, gerando mais desconforto e um circulo vicioso de reações. Um piloto automático que identificando o perigo ativa o programa padrão e que na maioria das vezes a pessoa nem percebe.
A orientação esta exatamente em desativar esse piloto e voltar a ter o controle e atenção para o plano de voo original. A boa noticia é que de tanta experiência, já se tem o conhecimento prévio sobre o que se deve desviar. Isso é Resiliência. Você conhece a aeronave (corpo), conhece os planos (espírito) e esta no controle (mente). A ação (corpo) não depende do caminho, mas em saber caminhar, tomando cuidado com respostas prontas e estando aberto aos questionamentos (mente) com lucidez (espírito) e equilíbrio. Se existe um manual de instruções, está localizado dentro de cada ser e a espiritualidade procura auxiliar a entender cada tópico, a singularidade de cada propósito. A jornada da vida é plena, única e importante demais para se deixar abater ou se desviar infinitamente. Despertar não é estar alheio e nem imerso nos acontecimentos, mas um estado fluídico entre eles.
Sergio Bosco
Bacharel em Teologia pela PUC-SP com Extensão universitária em Doutrina social da Igreja pela Faculdade Dehoniana de Taubaté. Escritor, pesquisador e ensaísta.
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