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Amar uns aos outros: o grande desafio da espiritualidade
Inicialmente cabe esclarecer que a espiritualidade não é algo externo, de fora da pessoa, diz respeito ao seu espírito da mesma forma que o corpo e a mente. A pessoa ate diz internamente – “meu espírito, minhas regras”- e assim segue seitas e religiões que lhe apraz a ideia e o corpo, mas muitas vezes sem absorver realmente da fonte primordial, porque nasce da ideia de individualidade. Maturidade para o espírito é perceber a participação no todo, e sendo assim, ao termino da vida, qual é exatamente a memória para se levar e a que se vai deixar? Como exatamente você gostaria de ser lembrado?
Agora vamos dar um passo adiante e perceber que a possibilidade dessa realização é exatamente a própria vida. O corpo é o veiculo e a capacidade de executar aquilo que gostaríamos de deixar para trás como registro de nossa existência. Nossa passagem pelo mundo. Alguns caminhos podem ser vantajosos no plano individual/carnal, outros no intimo/espiritual, e ainda há aqueles que apenas observam interesses lógicos/mental. A questão se levanta exatamente aqui, porque a liberdade, o livre arbítrio, se encontra na escolha da prioridade e em que momento utiliza-la?
Tenha certeza, o mundo espiritual sabe disso, afinal quem não reconhece os seus? Assim a humanidade vem sendo informada e preparada ao longo dos anos por diversos mestres e deidades, profetas, profetisas e lideranças grupais no sentido da unidade. Unidade, não Unicidade. Unidade entende as diferenças e as ama, cuida e defende. Ate o menor líder sabe que se não houver consideração e respeito entre os membros, o grupo se dissolve, infelizmente algumas vezes só não conseguem dividir e compartilhar dessa mesma realidade com os que não pertencem ao grupo, mas como dito antes, o mundo espiritual sabe disso.
Como todo desafio, elevar o gênero humano ao seu grande potencial galáctico interplanetário tem sido mais fácil que explorar novos comportamentos através da luz do espírito. Calma, não se trata de aderir a nenhuma forma organizada de culto ou religião, mas uma questão de saber que esses valores e virtudes estão todos localizados dentro do seu próprio ser. A isso se denomina Espiritualidade. A capacidade de ver e sentir além do próprio corpo, mente e trazer satisfação desse encontro de dentro para fora. Por isso quem ama não pensa no mal, o amor pulsa e faz o corpo e a mente querer dividir essa alegria com todos, porque alegria não tem – atentem – “preço”. Um ditado popular que expressa bem os valores do espírito: gratuidade e compartilhamento.
Certo, entendi, mas como amar aos outros mesmo sendo, “os outros”? Essa para alguns é mais difícil de engolir, mas a ideia de “como sendo você mesmo” me parece bastante razoável, afinal sempre se é herói ou vilão de alguém, comete-se desde pequenos deslizes a quedas que não se conta a ninguém. E o que se espera nessa hora? Consideração, carinho, respeito, e até bons conselhos. Esse é o mínimo de amor que pode ser ofertado, porque mesmo aquele que não se ame, sabe o que gostaria de amar. O que o mundo espiritual pede é coragem. Coragem para se elevar acima de qualquer medo ou coação. Coragem para amar incondicionalmente. Coragem para ser definitivamente Humano.
Sergio Bosco
Bacharel em Teologia pela PUC-SP com Extensão universitária em Doutrina social da Igreja pela Faculdade Dehoniana de Taubaté. Escritor, pesquisador e ensaísta.
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