A crise no sistema humano: a aposta na vã filosofia

Conhece a virtude, mas aposta na instituição criada para o seu prazer: o famoso e famigerado sistema
A crise no sistema humano: a aposta na vã filosofia
Foto: Canva

Ahhhhh humanidade, tão complexa e nas palavras de Machado de Assis, contraditória. Conhece a virtude, mas aposta na instituição criada para o seu prazer: o famoso e famigerado sistema. Um ente tão forte e eloquente que ousou se igualar e substituir a Deus. Não se engane, o bezerro de ouro apenas foi transferido do Sinai para Wall Street seguindo o mesmo principio de economia e poder.

Deus invisível

O sistema é o substituto do Deus invisível estampado nas moedas e notas, tem valor específico, governa e corresponde as necessidades imediatas de seus seguidores. Seus “sacerdotes” ponderam: você pode rezar a Deus ou confiar e comprar tudo o que deseja, basta acreditar e se manter fiel ao sistema. Não exige devoção única, pois lucra em todas as vertentes, não despreza direita ou esquerda desde que se mantenha a fé de que o dinheiro é a resposta para todos os problemas.

Ateísmo? De forma alguma, as crenças rendem muito mais dividendos além de arregimentar grandes grupos e criar grandes fortunas. Nem mesmo o individualismo escapa, pois em suas entranhas a divisão gera conflitos e as guerras são lucrativas a médio, e principalmente, longo prazo. Pobres, ricos, homens e mulheres, libertinos e libertadores, em sua ilusão, acreditando estarem fora de suas garras é quando estão mais emaranhados no sistema. Aprendeu viver da diversidade, da pseudo autenticidade, até porque tudo vira moda e como tal, arregimenta pessoas.

Mestres da Espiritualidade

O Sistema sobrevive de pessoas, inclusive daqueles que tentam lhe burlar ávidos por vantagens financeiras, porque é dessa forma que se entregam totalmente. Até os mestres da espiritualidade foram capitalizados através de suas doutrinas e discursos adaptados para uma sociedade consumista e hipócrita: Jesus marcha como garoto propaganda de políticos. Mas e a Espiritualidade? Como Deus, a Espiritualidade é invisível, e como diria Saint-Exupéry: essencial para a humanização da sociedade.

Sergio Bosco

Bacharel em Teologia pela PUC-SP com Extensão universitária em Doutrina social da Igreja pela Faculdade Dehoniana de Taubaté. Escritor, pesquisador e ensaísta.

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