Os três pilares da humanidade: A simbologia do equilíbrio universal

O aspecto trinitário da criação apresenta o projeto básico para a organização do caos cósmico ao social.
Os três pilares da humanidade: A simbologia do equilíbrio universal
Foto: Canva

Muito bem, com certeza muitas pessoas já devem ter se dado conta da importância do numero três (3) presente nas diversas culturas espalhadas pelo planeta, bem como um símbolo muito comum atribuído a ele que é o triangulo ou a forma piramidal. Os mais curiosos já devem ter pesquisado essa sincronia e descoberto que todas remetem ao processo de criação do universo e consequentemente, da vida. Os mais estudiosos já entenderam o reflexo que o macrocosmo representa para o microcosmo, ou em outras palavras, o espelho que o universo reflete para o planeta e para cada vida na terra. Recorrendo as informações dos antigos e a cada dia mais aprofundado pela ciência, o “Big Bang” ou a “Ordem no Caos”, representa o inicio da separação que levou a trilogia cósmica existencial.

Separando as naturezas complementares do Céu (+) e da Terra (-), Deus viu que era bom. “Fiat Lux”, faça a luz, com essa frequência sonora a consciência se realizou através da divisão e esse foi o primeiro dia, o estágio primordial e essencial que estabelece o equilíbrio. Ok e o que isso tem haver comigo? Tudo, desde individualmente a socialmente. Sei que percebeu a referencia ao Corpo, Mente e Espírito e dessa forma, se refere a todo o gênero humano e as suas relações. Caso não tenha se aprofundado ainda na importância de conhecer esses aspectos pessoais através de um terapeuta, psicólogo ou guia, muitos “acasos” serão repetitivos em sua vida e você provavelmente vai atribuir a isso a perspectiva de “destino”.

Por muitas vezes pode ser o destino mesmo, afinal não se foge a natureza, mas para saber se é realmente assim, não há outra forma do que mergulhar mais fundo na própria essência dos pilares que o governam, para descobrir onde realmente esta. As sociedades são plurais e na maioria das vezes erram em tentar estabelecer padrões únicos para os seus membros, ignorando a própria diversidade universal, gerando conflitos internos e externos, traumas e divisões. Quando não aceito algo em mim, busco mudar ou erradicar o fator, as clinicas de cirurgia plástica que o digam. As sociedades não agem diferentemente quando membros não são considerados esteticamente aceitáveis: ou entra na torturante adaptação, ou sucumbe à margem.

Resumindo a uma única palavra: desequilíbrio. Quando qualquer de um dos pilares se vê absorvido ou reduzido, alguns aspectos são exacerbados e outros são basicamente extintos. Enquanto alguns não conseguem se relacionar, outros se envolvem facilmente, levando ao que Bauman se referia como “Amor Liquido”:

“O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos…Nós somos responsáveis pelo outro, estando atentos a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas”.

Apatia e violência, indiferença e paixão, os exageros ocorrem pelo fluxo interrompido que leva ao prejuízo de um dos pilares. Os Cabalistas se referem a eles como os pilares da Misericórdia (+), da Severidade (-) e o da Suavidade, este último e central, representado pela Espiritualidade. Inegável perceber a importância e atenção dada àquele que estabelece e organiza a vida para os estudiosos do tema. Segundo a Espiritualidade, estar em equilíbrio com a sua própria natureza é a felicidade, realizando dia a dia o seu máximo potencial, gerando condições para o  desenvolvimento pessoal e para o desenvolvimento do meio através de suas ações. Compartilhar sentimentos, visões, esperanças e sensações apenas enriquecem a camada social elevando a capacidade de empatia, formando o arcabouço necessário para que a humanidade possa realizar um sonho antigo: representar o universo na terra.

Sergio Bosco

Bacharel em Teologia pela PUC-SP com Extensão universitária em Doutrina social da Igreja pela Faculdade Dehoniana de Taubaté. Escritor, pesquisador e ensaísta.

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