Viver em harmonia com a natureza é a essência do Feng Shui

O que mais me fascina na prática de Feng Shui é o estudo e o manuseio da energia da natureza, sem o envolvimento das crenças humanas, cultura e simbologias, sem edifícios, cidades e ordenamento. A Natureza fascina-me. A sua sabedoria, generosidade, beleza, justiça, diversidade e abundância.

Desde muito nova que aprecio estar na companhia da Natureza e na minha adolescência estabeleci uma relação profunda com ela. Em vez de fazer o que geralmente os adolescentes faziam, preferia ir passear sozinha com as minhas 3 cadelas, as irmãs Doida e (ma)Luca e a Apóstala,  pelos campos tropicais com cobras coral e cascavel, para contemplar  as árvores e flores, os animais, as cachoeiras e o pôr-do-sol, o nascer-do-sol, o nascer da lua e o pôr-da-lua ao mesmo tempo do nascer-do-sol, que por vezes me emocionavam ao ponto de chorar de alegria.

Cheguei a pensar que tinha um problema, pois as pressões sociais achavam aquele comportamento muito estranho.

– O que faz uma moça sozinha no meio do mato? Era um dos assuntos de conversa em uma cidade do interior de Minas Gerais sobre a portuguesa.

Até estudei numa escola de agropecuária, pois gostava da ideia de continuar vivendo longe do betão, ter animais e sentir o cheiro do mato. Desisti por não me sentir bem com os processos de produção em massa de plantas e animais, numa lógica de exploração que feria e comprometia o equilíbrio da Natureza.

Mas foi nos estudos de Feng Shui sobre as energias do Céu e da Terra, que voltei a experimentar a alegria que sentia quando era adolescente, com a diferença que mais velha compreendo melhor os fenômenos da Natureza a nível  científico e uso este conhecimento para apoiar pessoas a melhorarem as suas vidas.

A Natureza não é somente Florestas e Animais, Praia e Mar, mas também campos electromagnéticos, correntes de ar que levam nuvens e sementes, fluxos aquáticos, ondas rádio, electricidade da atmosfera, raios ultra-violeta e infra-vermelhos, barro e cimento que dão corpo aos lares Humanos.

Passo para um exemplo concreto. Nas minhas consultas de Feng Shui uso a radiestesia para identificar linhas de água subterrâneas e radiações nefastas da Terra, como as linhas Curry, por exemplo. As diversas energias e suas frequências são já conhecidas há milhares de anos em todo o mundo.

Por exemplo, na Europa há vários indicadores deste conhecimento como as localizações de menires ou alinhamentos de pedras (acupuntura da Terra), ou localizações com alta frequência vibracional onde foram construídos locais sagrados, como templos e igrejas para elevação espiritual.

Tenho tido vários clientes que estão dormindo bem orientados, a casa no geral está harmoniosa, mas algo não está correndo bem. A razão pode ser Radiação da Terra, também conhecida por Stress Geopático.

Os efeitos desta radiação na saúde humana, conforme a sua intensidade e tempo de exposição, manifestam-se em perturbações de sono, ansiedade, aumento de peso, depressão e cancer, para citar algumas patologias.

Em Portugal é comum encontrarem-se edifícios construídos em cima das veias do Dragão, nome chinês para as linhas subterrâneas de água que provocam vários desequilíbrios na saúde, e também em locais ricos em gás radão, gás que causa câncer de pulmão , sendo um dos mais mortais por terras Lusas.

Quando explico aos meus clientes e alunos sobre o impacto destas energias da natureza, é comum ficarem surpreendidos pois não faziam ideia que Feng Shui estuda e atua a esse nível. Não imaginavam que o Feng Shui mexe com física, química e biologia.

Os métodos ancestrais de Feng Shui (Feng Shui Clássico ou Tradicional) focam-se essencialmente na gestão da energia do Céu e da Terra e de que forma essas energias podem prejudicar ou potenciar a energia Humana.  O Feng Shui Clássico aproxima-se mais da Geobiologia e da Medicina, que da Cultura e Psicologia, como é o caso do Feng Shui Contemporâneo e do  Intuitivo,  que derivam da corrente do Chapéu Negro, que criou teorias e métodos baseados na perspectiva humana, ou seja, na intuição,  psicologia e o mundo simbólico.

O Feng Shui Clássico parte da natureza e o Feng Shui Contemporâneo parte da pessoa, na sua forma  subjectiva de interpretar o meio que a rodeia, com intuito de identificar expressões, projeções e aspirações pessoais no ambiente de vivência para o desenvolvimento pessoal.

É natural que essa adaptação ocidental da arte milenar do Feng Shui assim seja, pois a gênese do pensamento ocidental é antropocêntrica. E foi esta visão que também levou a humanidade a desligar-se da Natureza, deixou de se ver como parte integrante e dependente da mesma , separando-se e passando a domina-la. Os Humanos passaram a controlar a Natureza de forma tão desligada das suas leis, que hoje temos um mundo cheio de poluição, doença, sofrimento, violência e injustiças na distribuição de seus recursos.

As culturas ancestrais tinham a preocupação de viver numa relação de respeito com a Natureza, numa relação simbiótica entre dar (cuidar) e receber.

E o Feng Shui Clássico segue essa lógica, focando-se na energia da natureza e de que forma essa energia pode ser usada em benefício da energia humana promovendo a saúde e a prosperidade, sem a ferir e respeitando suas leis.

Ao voltarmos a sintonizar a energia Humana com a energia da Natureza ficamos certamente muito mais empoderados.