Doença de Parkinson: raízes emocionais além dos sintomas físicos

Compreenda além dos sintomas físicos da doença de Parkinson. Descubra as raízes dessa condição neurodegenerativa e seu impacto emocional e existencial.
Doença de Parkinson: raízes emocionais além dos sintomas físicos
Foto: Canva

Na busca por compreender além dos sintomas físicos, entramos no mundo da metafísica para desvendar as raízes da doença de Parkinson. Não apenas uma mera condição neurológica, mas uma manifestação complexa que reflete não só as batalhas do corpo, mas também as da alma. Surgindo não como um infortúnio aleatório, mas como o resultado de uma vida pautada na busca pelo poder e eficiência desmedida.

A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo crónico que pode causar significativa incapacidade motora. Os primeiros sinais e sintomas habitualmente aparecem na meia-idade, prevalecendo aceleradamente na idade acima dos 65 anos. Os sintomas clássicos que praticamente a definem são três: tremor, lentidão dos movimentos e rigidez muscular.

Esta condição carrega consigo um fardo emocional e existencial pesado. É como se cada tremor, cada rigidez muscular, fosse uma expressão física das batalhas internas travadas ao longo dos anos. Aqui, a abordagem metafísica convida-nos a olhar para além dos sintomas evidentes, mergulhando nas águas profundas das escolhas e atitudes ao longo da jornada pessoal.

Aqueles que enfrentam o Parkinson muitas vezes trilharam caminhos de liderança e domínio, destacando-se pela capacidade de conduzir e controlar. No entanto, essa busca incessante pelo sucesso e pela eficiência cobrou o seu preço, deixando-os desconectados de si mesmos, negligenciando as suas próprias necessidades e prazeres em prol de objetivos externos.

A prática de um hobby, por exemplo, nunca foi algo evidente na vida dessa pessoa, que viveu tão empenhada em outros objetivos, que não conseguiu espaço para cultivar o que lhe proporcionava prazer.

Perda de controle precipita a doença

É comum a doença surgir após o afastamento de alguma situação importante, como por exemplo a reforma. Essa perda é acompanhada de grande abalo emocional, que deixa a pessoa transtornada e sem conseguir elaborar essa saída de cena ou perda do comando. Após um breve período desses eventos sentidos como traumáticos, pode ocorrer a manifestação da doença.

O distanciamento das emoções, a dificuldade em lidar com a perda de controlo e a resistência em receber apoio emocional são apenas algumas das características que permeiam o perfil daqueles afetados pela doença. Para muitos, a chegada da Parkinson representa não apenas a perda do domínio sobre as situações externas, mas também a confrontação direta com os medos mais profundos: a perda da identidade, da independência e da própria integridade física.

Assim, mais do que um desafio físico, a doença de Parkinson convida-nos a uma profunda reflexão sobre os caminhos que escolhemos ao longo da vida, sobre a maneira como nos relacionamos com o poder, o controlo e, sobretudo, connosco mesmos. É um convite para olharmos para dentro, para encontrarmos o equilíbrio entre a eficiência externa e o cuidado interno, entre a busca pelo sucesso e a valorização do ser.

Paula Duarte

Professora de Yoga e Meditação, Terapeuta e Consultora de bem-estar feminino, especializada no acompanhamento de mulheres maduras e saúde integral. Fundadora do Tao - Centro de Yoga e Bem-Estar.

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